Qual o vilão mais mortal do Batman? Essa é a pergunta que John
Byrne se faz na graphic novel Ego trip, publicada aqui no Brasil pela Opera
Graphica.
A história começa com o Pinguim gravando um vídeo e confessando o
assassinto de um milionário chamado Hardman Twine. Mas outras pessoas reivindicam
o assassinato, que até então vinha sendo tratado como suicido, entre eles o
Charada. A história, aliás, começa com o Batman escapando de uma das muitas
armadilhas do Charada e recebendo uma fita com três enigmas: “Quando um
apartamento de cobertura se parece com um iceberg?; Como é possível viajar 300
km sem sair de Gothan?; O que o chinês que vive na montanha disse para a sua filha
quando ela se mudou para o vale?”.
A história começa com o Pinguim gravando um vídeo no qual confessa um assassinato. |
A trama é basicamente, Batman seguindo cada uma dessas pistas e
encontrando os esconderijos do Duas Caras, o Pinguim e o Coringa e, ao mesmo
tempo, tentando descobrir qual deles é o assassino.
É, em essência, uma história policial que lembra muito o seriado
da década de 1960.
Essa HQ parece anacrônica se considerarmos que foi publicada em 1990, uma época em que artistas como Frank Miller estavam se esforçando para dar ao Batman um ar mais sombrio e às suas histórias um ar mais adulto.
O Charada prepara uma armadilha para o Batman, mas não parece nada realmente perigoso. |
É anacrônica
também do ponto de vista narrativo, com os pensamentos do Batman sendo
mostrados o tempo todo, seja para refletir sobre os acontecimentos, seja para
ajudar o leitor a entender o que estava acontecendo. Vamos lembrar que naquela época
autores como Miller, Moore, Morrison e Gaiman estavam colocando em desuso o balão
de pensamento, assim como os monólogos narrativos dos personagens.
Ainda assim, é uma história divertida e instigante.
Para tornar a históira #D, a DC coloriu. Byrne deve ter odiado. |
Há uma curiosidade sobre essa graphic. Byrne fez ela com papel
doubletone. Nesse papel, a aplicação de um líquido com pincel faz aparecer uma
textura, algo que funciona muito bem em trabalhos em preto e branco. Por alguma
razão os editores da DC resolveram publicar em 3D, e aplicaram algumas cores. O
resultado parece horrível. A Opera Graphica, acertadamente, publicou em preto e
branco, em respeito à arte de Byrne.
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