quarta-feira, maio 29, 2024

Perry Rhodan – A chave do poder

 


O número 86 da série Perry Rhodan apresenta a parte final da saga iniciada no volume Recrutas de Árcon.

Na trama, um comando de terranos se disfarça de recrutas zalistas na tentativa de se aproximar do computador regente e destruí-lo ou desativá-lo, uma vez que ele pretende destruir a Terra.

Juntamente com Rhodan e seu homens vai o arcônida Atlan, que havia passado milhares de anos vivendo em nosso planeta em um exílio involuntário, esperando que a humanidade chegasse à era espacial, o que lhe permitiria voltar para casa.

O livro começa lento. Um quinto dele é apenas um resumo dos volumes anteriores. Depois há uma longa sequência com o cotidiano dos recrutas em seu treinamento de guerra. Essa parte, apesar de pouco interessante, tem o charme de mostrar o nível de degeneração dos arcônidas, o que levou o Império a ser governado com mão de ferro por um computador.

Um deles, almirante, por exemplo, resolve não fazer nada quando é informado que uma das naves está com um defeito que pode ser fatal em uma batalha espacial. Pouco depois, quando encontram um cientista, K.H.Scheer, o autor do volume, detalha a forma como esses seres foram degenerados pela ação de um mecanismo de diversão que emite imagens: “À frente do cientista, encontrava-se um receptor portátil de imagens simultâneas , em cuja tela surgia uma multidão profusa de figuras coloridas. Ao que tudo indicava, o homem estava absorto no jogo, que, para mim, não tinha o menor sentido”.

A capa original alemã. 


A frase é credita a Atlan, que narra a história. Scheer, que parecia amar tanto o almirante arcônida quanto Clark Darlton gostava de Gucky.

A sequência nos faz pensar o quanto os autores da série foram proféticos ao imaginar em como uma raça poderia ter sua inteligência degenerada por mecanismos de emissão de imagens. Alguém aí lembrou de aplicativos de redes sociais, que podem estar diretamente relacionados à diminuição de QI das novas gerações?

À parte isso, o livro pega fogo quando finalmente o comando inicia o plano para destruir ou inutilizar o computador regente. Simplesmente tudo dá errado, dando ao leitor à sensação de que o fracasso é inevitável, assim como a morte dos personagens.

Essa certeza de fracasso torna ainda mais empolgante quando tudo se resolve, lá pelas últimas páginas, da maneira mais lógica e surpreendente possível.

Esse é certamente um dos grandes volumes do segundo ciclo.

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