A série espanhola A catedral do mar foi uma surpresa da Netflix. Lançada sem muito alarde, foi aos poucos conquistando fãs e se tornou uma das mais populares da plataforma. E agora gerou uma série derivada: Os herdeiros da terra, também baseada em um livro de Idelfonso Falcones.
A história se passa após o final de A catedral do mar e é centrada em um protegido de Arnau Estanyol (o protagonista da série anterior), chamado Hugo Llor.
A vida de Hugo é uma drama com D maiúsculo. A série já inicia com a morte do pai, vítima de um naufrágio. A morte do pai faz com que a família caía na miséria absoluta a ponto de não terem sequer dinheiro para comida. Como forma de resolver a situação, a mãe é colocada como criada numa casa na qual não deixam que ela veja os filhos e a irmã de Hugo é colocada num convento (no qual permanece enclausurada). Hugo recebe um posto de ajudante num estaleiro.
Mas a morte do pai é apenas a primeira das muitas desgraças. Quando o rei morre, seu filho assume e Arnau Estanyol, até então um respeitável membro da burguesia de Barcelona, cai em desgraça. Hugo é o único que o defende e por isso é linchado, tendo que se abrigar entre os judeus, com os quais aprende a cultivar uvas, tornando-se um dos mais importantes enólogos da região.
Hugo Llor ressuscita o papel que tinha sido de Arnau em A catedral do mar: a do homem bondoso, que sofre os maiores reveses, mas não perde a sua humanidade. É um herói diferente do que estamos aconstumados, que não resolve conflitos com lutas, mas com sua força de vontade.
A série conta com a mesma equipe de A catedral do mar, o que garante uma direção acertada, mas lenta. Isso poderia fazer o seriado se tornar arrastado se não fosse o roteiro extremamente dinâmico em que os fatos acontecem com uma rapidez incrível. A quantidade de reviravoltas num único capítulo é impressionante.
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