Embora
tenha aparecido em várias outras publicações (a começar pelos X-men), a
primeira revista da Tropa Alfa só foi publicada em 1983. Nessa época, o sucesso
de histórias como a Saga da Fênix Negra tinham transformado John Byrne em um
astro dos comics americanos, o que permitiu que ele fosse o desenhista e
roteirista de um título próprio, com heróis criados por ele.
A
história se passa logo depois do encontro da Tropa Alfa com os X-men, quando os
dois grupos enfrentaram Wendigo.
Por
alguma razão, apesar daquela missão ter dado certo, o governo canadense decide
acabar com a Tropa.
Byrne,
bem ao seu estilo, usa as primeiras páginas para rememorar acontecimentos e
ainda explicar alguns fatos sobre o grupo, incluindo o fato de que existia
também uma Tropa Beta e uma Tropa Gama.
Também
são apresentados os principais personagens. Dentre eles, os mais interessantes
do ponto de vista psicológico são Aurora e Estrela Polar. Nessas primeiras
páginas descobrimos que a heroína tem um transtorno de personalidade. Em sua
identidade civil ela é uma professora recatada, cheia de medos e neuroses e com
sérios problemas com sua sexualidade - o
que se revela pela roupa que esconde todo o seu corpo. Já como Aurora é uma
mulher sensual e impetuosa. Embora as múltiplas personalidades já fossem
insinuadas em Cavaleiro da Lua, a personagem da Tropa Alfa foi, provavelmente,
a primeira heroína em que o transtorno de dupla personalidade aparece de forma
clara e declarada.
A personagem Aurora, com sua dupla personalidade, é a mais interessante desse volume. |
Apesar
do grupo ter sido desfeito, o surgimento de uma ameaça, um monstro chamado
Tundra, faz com que ele volte à ativa. O monstro é revivido por uma pessoa
sobre a qual não sabemos nada, nem mesmo suas motivações, além do fato de que
alguém riu do personagem e disse que ele estava louco. É um típico roteirismo
de Byrne. Ele precisava de um vilão para a primeira história e simplesmente fez
surgir um, sem muitas explicações. Afinal, o importante era a ação – e isso
acontece com primazia.
Discipulo de Jack Kirby, Byrne sabia fazer cenas de impacto. |
Algo
que Byrne faz bem nessa história é usar os personagens para trabalharem em
equipe, usando seus poderes de forma complementar, embora isso pareça acontecer
de forma totalmente intuitivamente, já que Vindix não exerce praticamente
nenhuma liderença.
Um
personagem que já mostrava muito carisma nessa primeira história era o baixinho
Pigmeu, que, aliás, praticamente não participa do arranca-rabo com o vilão.
Fica óbvio que Byrne se ressentia de não poder trabalhar com o Wolverine e
criou um personagem semelhante para seu novo grupo.
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