terça-feira, julho 09, 2024

O bamba do regimento

 



O Bamba do regimento, filme estrelado por Jerry Lewis e lançado em 1957 começa com um trem indo na direção de um quartel do exército. Dois soldados encontram uma vaga em frente a um recruta, que se revela um gênio capaz de decorar todos os manuais técnicos do exército. Mas, em contrapartida, é um atrapalhado sem igual que arranja todo tipo de confusão chegando a parar a locomotiva.

Esse início dá o tom de toda a obra. Bixby é um recruta genial em assuntos técnicos, mas um desastre total em todo o resto – o que leva às cenas de humor. Bixby chega até mesmo a derramar um caminhão de seixos em cima do jeep no qual está o sargento.

Mas uma psicóloga do exército (que ocupa o importante cargo de major) está interessada nele. Se for possível transformar Bixby em um bom soldado, milhares de outras pessoas em situações semelhantes poderão ser aproveitadas. E para essa tarefa ela encarrega exatamente aqueles dois soldados do início.

As coisas complicam ainda mais quando o regimento é enviado para a África e um grupo terrorista árabe sequestra o recruta para fazer com que ele monte um canhão.

Sad Sack no traço de seu criador. 


Uma curiosidade sobre esse filme é que ele é a adaptação de uma história em quadrinhos de sucesso da época da II Guerra Mundial: Sad Sack. Criada pelo sargento George Barker, ela tinha como protagonista um recruta atrapalhado (a expressão Sad Sack, usada no exército à época, significa “soldado inepto”).

No Brasil esse personagem foi publicado como Soldado Valdemar, O azar do Valdemar e, finalmente, Recruta Biruta, nome pelo qual ficou conhecido. Quando esse personagem foi publicado pela editora Abril na década de 1970, muitos acharam que se tratava de uma cópia do Recruta Zero, o que não é verdade, já que Sad Sack é anterior. Aliás, os dois tiveram trajetórias inversas: enquanto o Recruta zero surgiu como um estudante que posteriormente se alista no exécito, o Recruta Biruta surgiu como um soldado que depois dá baixa e vai viver como civil.

A editora Abril publicou o personagem com o título de Recruta Biruta. 


Nas décadas de 1940 e 50 o personagem foi muito popular no Brasil, a ponto de ganhar uma música, gravada por Eliana e Adelaide Chiozzo. A letra da canção faz referência ao nome pelo qual o personagem era conhecido à época: “"Valdemar é um recruta biruta/que não sabe nem marchar/E qualquer voz de comando/Esquerda, direita; tonteia o Valdemar/Mas o sargento, rabugento, muito tesa,/se enfeza e faz o Valdemar marchar”.

O filme Recruta Biruta está disponível no Youtube aqui: https://www.youtube.com/watch?v=SbjybH1mJPY, e a interpretação de  Eliana e Adelaide Chiozzo está disponível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=HLKDDyxGv3U

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