sexta-feira, julho 05, 2024

Perry Rhodan 90 – Atlan em perigo

 


O número 90 da série Perry Rhodan é uma continuação direta do número anterior, inclusive escrita pelo mesmo autor, Kurt Brand. Em A grande hora de Gucky, um patriarca saltador, influenciado pelo filho de Rhodan, Thomas Cardif, tenta tomar o poder no Império Solar. Mas, quando descobre que o computador regente de Árcon perdeu o poder para Atlan, resolve ir atrás do prêmio maior, afinal, o império arcônida é o maior conhecido na galáxia.

O volume tem partes interessantes, como por exemplo, introduzir um novo tipo de mutante, os parasenstivos, cujo primeiro exemplo é um preguiçoso agente do governo: “No caso, de Lemmon (o parasentido) era a capacidade de classificar à primeira vista as notícias recebidas segundo sua importância”.

O volume também se destaca por trazer detalhes até então não conhecidos sobre os mercadores galácticos, como o fato de nascerem e morrerem dentro de naves espaciais.

A capa alemã. 


Confesso que ao ler essa informação, primeira referência ao nascimento de saltadores, fiquei me perguntando como era o processo de procriação, já que até então, embora os saltadores já tivesse aparecido em dezenas de livros, nunca aparecera uma fêmea nas histórias, nem mesmo como uma referencia ocasional. Aparentemente, apesar de terem pensado em muitos detalhes sobre os saltadores, nenhum dos autores pensou em introduzir uma personagem feminina.

Além desses detalhes culturais, Brand introduz parágrafos e mais parágrafos desnecessários, alguns deles resumindo fatos que haviam sido mostrados nesse mesmo volume, além de reflexões óbvias para quem estava lendo a história, como: “Entretanto, no momento, o poder do Império Arcônida andava um tanto abalado e, por conseguinte, caso Árcon ruísse, desmoronaria também o Império Solar”. 

Na trama, Rhodan precisa ajudar o amigo Atlan a se livrar da revolução que surge a partir da revelação de quem realmente está mandando no Império Arcônida. Para isso ele elabora um plano ousado envolvendo os druufs que não haviam sido destruídos, mas também não tinha conseguido voltar para seu plano temporal. A ideia é usá-los para convencer os saltadores de uma invasão.

Há algo que me incomoda, pelo menos nesse ciclo: o fato dos geniais planos de Rhodan darem sempre errado e no entanto o resultado ser sempre positivo – e é isso que acontece aqui.

Para uma trama que prometia tanto, esse é um livro no máximo mediano.

Sem comentários: