O número 90 da série Perry Rhodan é uma
continuação direta do número anterior, inclusive escrita pelo mesmo autor, Kurt
Brand. Em A grande hora de Gucky, um patriarca saltador, influenciado pelo
filho de Rhodan, Thomas Cardif, tenta tomar o poder no Império Solar. Mas,
quando descobre que o computador regente de Árcon perdeu o poder para Atlan,
resolve ir atrás do prêmio maior, afinal, o império arcônida é o maior
conhecido na galáxia.
O volume tem partes interessantes, como por
exemplo, introduzir um novo tipo de mutante, os parasenstivos, cujo primeiro
exemplo é um preguiçoso agente do governo: “No caso, de Lemmon (o parasentido)
era a capacidade de classificar à primeira vista as notícias recebidas segundo
sua importância”.
O volume também se destaca por trazer
detalhes até então não conhecidos sobre os mercadores galácticos, como o fato
de nascerem e morrerem dentro de naves espaciais.
Confesso que ao ler essa informação, primeira
referência ao nascimento de saltadores, fiquei me perguntando como era o
processo de procriação, já que até então, embora os saltadores já tivesse
aparecido em dezenas de livros, nunca aparecera uma fêmea nas histórias, nem
mesmo como uma referencia ocasional. Aparentemente, apesar de terem pensado em
muitos detalhes sobre os saltadores, nenhum dos autores pensou em introduzir
uma personagem feminina.
Além desses detalhes culturais, Brand
introduz parágrafos e mais parágrafos desnecessários, alguns deles resumindo
fatos que haviam sido mostrados nesse mesmo volume, além de reflexões óbvias
para quem estava lendo a história, como: “Entretanto, no momento, o poder do
Império Arcônida andava um tanto abalado e, por conseguinte, caso Árcon ruísse,
desmoronaria também o Império Solar”.
Na trama, Rhodan precisa ajudar o amigo Atlan
a se livrar da revolução que surge a partir da revelação de quem realmente está
mandando no Império Arcônida. Para isso ele elabora um plano ousado envolvendo
os druufs que não haviam sido destruídos, mas também não tinha conseguido
voltar para seu plano temporal. A ideia é usá-los para convencer os saltadores
de uma invasão.
Há algo que me incomoda, pelo menos nesse
ciclo: o fato dos geniais planos de Rhodan darem sempre errado e no entanto o
resultado ser sempre positivo – e é isso que acontece aqui.
Para uma trama que prometia tanto, esse é um
livro no máximo mediano.
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