A geração atual não sabe a importância de narrativas curtas. A maioria acha que só se consegue fazer uma boa histórias se for uma mega saga com centenas de páginas.
Antigamente, mesmo artistas especializados em mega sagas, como Jim Starlin, eram também muito bons em narrativas curtas. Um exemplo disso é a história de Omac “Grito de batalha” publicada em Warlord 9 e republicada no Brasil no número 9 da revista O guerreiro.
Starlin conta a batalha de St Louis, liderada por Omac.
De forma cronometrada, a história vai narrando os principais fatos da batalha, de 5:54, quando inicia o ataque aéreo até as 16:34, quando finalmente termina o conflito.
Starlin faz tudo: mostra as estratégias de guerra, faz sequências de humor irônico, como quando Omac salva a vida de um soldado que é morto logo em seguida, humaniza o herói e expõem uma forte mensagem pacifista enquanto, ao mesmo tempo, apresenta cenas espetaculares de batalha.
No final do dia, Omac recebe o relatório do sargento: eles perderam 15.352 homens, mas mataram 41.343. A página final, uma splash page, mostra Omac sentado sobre uma montanha de corpos enquanto reflete sobre se tudo isso valeu: “Foi um dia infernal!”.
Em apenas oito páginas, Jim starlin consegue fazer o que muitos quadrinistas atuais não conseguiriam em uma centena de páginas.
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