sábado, outubro 05, 2024

Perry Rhodan – Um amigo da humanidade

 


Crest é um personagem fundamental da saga Perry Rhodan. Afinal, foi o fato de Rhodan encontrar a nave de Crest e Thora na Lua que fez com que surgisse a Terceira Potência e toda a trama subsequente. Além disso, ao contrário de Thora, Crest sempre foi um entusiasta dos humanos como a nova potência espacial.

A amizade de Crest com Rhodan e com os humanos é o tema do número 99 da série, último do segundo ciclo.

Na história, Crest percebe que irá morrer e resolve se recolher a um planeta distante. O administrador do Império Solar aceita, mas deixa com ele dois robôs e uma moderna espaçonave, com uma tecnologia única, desenvolvida por humanos.

Esses últimos momentos de idílio são rompidos quando três degregados caem no planeta com suas naves caindo aos pedaços. Vindos do planeta Unitro, onde a expatriação é a forma mais cruel de punição, eles só poderão voltar à à sua terra quando conseguirem algum avanço tecnológico para seu povo.

Para os três degregados, a nave terrana não é só uma forma de saírem do planeta, mas também uma maneira de serem aceitos de novo na sociedade. Depois de destruírem os dois robôs, o único obstáculo para que eles consigam seu intento é o velho Crest. Mas o arcônida fará tudo para que a tecnologia criada pelos humanos não caia nas mãos de outro povo.

Como se pode ver por esse resumo, é uma trama repleta de ação, que nos fisga desde as primeiras páginas (ao contrário da maioria dos livros da série, que só engatam lá pela metade do volume).

Colabora muito para isso o ótimo texto de William Voltz, que se preocupa em caracterizar cada um dos degregados, e o faz tão bem que chegamos a simpatizar com eles.

Voltz inventa detalhes sobre a cultura de Unitro, incluindo o ritual quase sagrado de limpeza das trombas.

Se os vilões são tão bem caracterizados, Crest torna-se um colosso, um ser admirável, que consegue vencer a idade e todas as adversidades.

O leitor já sabe, ou adivinha, que Crest irá morrer ao longo do volume, de modo que toda a obra se configura como uma homenagem a esse grande personagem.

O livro, inclusive, começa, com “um homem” andando pelas ruas de Terrânia e se deparando com o monumento em homenagem ao arcônida: “O homem, de pé diante da estátua, esboço um sorriso, o sorriso triste da saudade. O semblante de pedra expressa a franqueza e a inteligência ornados por um suave sorriso nos traços rígidos”.

Embora o texto não diga explicitamente, sabemos que o tal homem que visita o monumento é Perry Rhodan.  

No final, temos um livro emocionante que faz juz à grande figura que foi Crest ao longo da série. É também uma bela ode à amizade.

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