Crest é um personagem fundamental da saga
Perry Rhodan. Afinal, foi o fato de Rhodan encontrar a nave de Crest e Thora na
Lua que fez com que surgisse a Terceira Potência e toda a trama subsequente. Além
disso, ao contrário de Thora, Crest sempre foi um entusiasta dos humanos como a
nova potência espacial.
A amizade de Crest com Rhodan e com os
humanos é o tema do número 99 da série, último do segundo ciclo.
Na história, Crest percebe que irá morrer e
resolve se recolher a um planeta distante. O administrador do Império Solar
aceita, mas deixa com ele dois robôs e uma moderna espaçonave, com uma
tecnologia única, desenvolvida por humanos.
Esses últimos momentos de idílio são
rompidos quando três degregados caem no planeta com suas naves caindo aos
pedaços. Vindos do planeta Unitro, onde a expatriação é a forma mais cruel de
punição, eles só poderão voltar à à sua terra quando conseguirem algum avanço
tecnológico para seu povo.
Para os três degregados, a nave terrana não
é só uma forma de saírem do planeta, mas também uma maneira de serem aceitos de
novo na sociedade. Depois de destruírem os dois robôs, o único obstáculo para
que eles consigam seu intento é o velho Crest. Mas o arcônida fará tudo para
que a tecnologia criada pelos humanos não caia nas mãos de outro povo.
Como se pode ver por esse resumo, é uma
trama repleta de ação, que nos fisga desde as primeiras páginas (ao contrário
da maioria dos livros da série, que só engatam lá pela metade do volume).
Colabora muito para isso o ótimo texto de
William Voltz, que se preocupa em caracterizar cada um dos degregados, e o faz
tão bem que chegamos a simpatizar com eles.
Voltz inventa detalhes sobre a cultura de
Unitro, incluindo o ritual quase sagrado de limpeza das trombas.
Se os vilões são tão bem caracterizados,
Crest torna-se um colosso, um ser admirável, que consegue vencer a idade e
todas as adversidades.
O leitor já sabe, ou adivinha, que Crest irá
morrer ao longo do volume, de modo que toda a obra se configura como uma
homenagem a esse grande personagem.
O livro, inclusive, começa, com “um homem”
andando pelas ruas de Terrânia e se deparando com o monumento em homenagem ao
arcônida: “O homem, de pé diante da estátua, esboço um sorriso, o sorriso
triste da saudade. O semblante de pedra expressa a franqueza e a inteligência
ornados por um suave sorriso nos traços rígidos”.
Embora o texto não diga explicitamente,
sabemos que o tal homem que visita o monumento é Perry Rhodan.
No final, temos um livro emocionante que
faz juz à grande figura que foi Crest ao longo da série. É também uma bela ode à
amizade.
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