terça-feira, dezembro 24, 2024

Um herói de brinquedo


Um dos mais surpreendentes filmes de Natal é Um herói de brinquedo, dirigido por Brian Levant e lançado em 1996.

O filme, uma comédia, é estrelado por Arnold Schwarzenegger, que, nessa época, já tinha percebido que o sucesso dos filmes de ação teriam um limite e resolvera se associar a outros tipos de histórias. E aqui ele era a pessoa perfeita para o papel, principalmente devido à cena final.

O roteiro original foi escrito por Randy Kornfield após observar o sogro passando por uma verdadeira maratona para conseguir um boneco dos Power Rangers. Teria sido, provavelmente, um filme interessante, no máximo. Quem fez a diferença foi Chris Columbus, que reescreveu o roteiro, inserindo elementos de humor e uma ácida crítica ao consumismo natalino, o que fez com que o filme se tornasse realmente interessante.

Na história, Arnold Schwarzenegger é Howard Langston, um executivo viciado em trabalho que passa tanto tempo na empresa que acaba não participando da vida da família. Após perder a troca de faixa do filho no karatê, ele promete ao filho que lhe dará o que ele quiser e o garoto pede um boneco do Turbo-Man. Mas é véspera de Natal e há uma correria tão grande que se torna impossível encontrar o boneco nas prateleiras.

A trama inclui um vilão, um carteiro chamado Myron Larabee, interpretado por Sinbad, que entra em uma guerra pessoal com Langston para conseguir o boneco.

O filme tem momentos brilhantes, como aquela em que uma loja que tem uma única cópia do Turbo-Man e resolve sortear quem poderá comprá-lo. Segue-se uma longa sequência em que Howard e Myron brigam por uma bolinha.

Apesar da aparência de comédia familiar e filme de aventuras, a crítica está ali, muito clara. Há uma forte crítica à forma como o Natal é transformado em um simples comércio com o único objetivo de lucro (a única loja que ainda tem exemplares do herói resolve vendê-los pelo dobro do preço) e à forma como muitos pais substituem a presença na criação dos filhos por presentes. Curiosamente, até mesmo o vilão, Larabee, é humanizado e mostrado como alguém que se deixou levar pela onda consumista.

E, acima, de tudo, é um filme divertido, que pode arrancar algumas boas risadas.

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