Um dos mais surpreendentes filmes de Natal é Um herói de brinquedo, dirigido por Brian Levant e lançado em 1996.
O filme, uma comédia, é estrelado por Arnold Schwarzenegger,
que, nessa época, já tinha percebido que o sucesso dos filmes de ação teriam um
limite e resolvera se associar a outros tipos de histórias. E aqui ele era a
pessoa perfeita para o papel, principalmente devido à cena final.
O roteiro original foi escrito por Randy Kornfield após
observar o sogro passando por uma verdadeira maratona para conseguir um boneco
dos Power Rangers. Teria sido, provavelmente, um filme interessante, no máximo.
Quem fez a diferença foi Chris Columbus, que reescreveu o roteiro, inserindo
elementos de humor e uma ácida crítica ao consumismo natalino, o que fez com
que o filme se tornasse realmente interessante.
Na história, Arnold Schwarzenegger é Howard Langston, um
executivo viciado em trabalho que passa tanto tempo na empresa que acaba não
participando da vida da família. Após perder a troca de faixa do filho no
karatê, ele promete ao filho que lhe dará o que ele quiser e o garoto pede um
boneco do Turbo-Man. Mas é véspera de Natal e há uma correria tão grande que se
torna impossível encontrar o boneco nas prateleiras.
A trama inclui um vilão, um carteiro chamado Myron Larabee,
interpretado por Sinbad, que entra em uma guerra pessoal com Langston para
conseguir o boneco.
O filme tem momentos brilhantes, como aquela em que uma loja
que tem uma única cópia do Turbo-Man e resolve sortear quem poderá comprá-lo.
Segue-se uma longa sequência em que Howard e Myron brigam por uma bolinha.
Apesar da aparência de comédia familiar e filme de
aventuras, a crítica está ali, muito clara. Há uma forte crítica à forma como o
Natal é transformado em um simples comércio com o único objetivo de lucro (a
única loja que ainda tem exemplares do herói resolve vendê-los pelo dobro do
preço) e à forma como muitos pais substituem a presença na criação dos filhos
por presentes. Curiosamente, até mesmo o vilão, Larabee, é humanizado e
mostrado como alguém que se deixou levar pela onda consumista.
E, acima, de tudo, é um filme divertido, que pode arrancar
algumas boas risadas.
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