Omac é uma das melhores e mais obscuras criações de Jack Kirby em sua fase na DC comics. A crítica à desumanização capitalista inerente a esse personagem reverbera alguns dos melhores temas da ficção científica.
Entretanto, o personagem ficou praticamente esquecido depois de sua fase inicial. Um dos melhores momentos do herói na fase pós Kirby é uma minissérie em quatro partes escrita e desenhada por John Byrne.
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Byrne domina perfeitamente a técnica do papel craftint |
A história começa com o personagem em seu confronto final com o senhor Big, o grande vilão da série.
Mas o senhor Big, um velho encarquilhado, tem um plano: usar uma máquina do tempo para voltar para o passado e, assim, dominar o futuro. E Omac vai atrás dele. Como consequência, o herói surge nos EUA em plena grande depressão, totalmente desmemoriado.
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A história tem sexo... |
Ele agora precisa sobreviver enquanto tenta descobrir o que está acontecendo e o que está fazendo ali.
A abordagem de Byrne é inovadora não só na história, que tira o personagem do seu ambiente e o coloca em uma situação totalmente nova. Ele também faz a história toda em preto e branco usando papel Craftint, cuja retícula se revela com um líquido especial. É uma técnica que só os grandes mestres, como Roy Crane, conseguem dominar.
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... e violência. |
A história também é ousada ao.mostrar sexo e violência, incluindo sequências inteiras de tortura.
Mas nem tudo são flores. O desenrolar da história faz o mundo mudar e o futuro apocalíptico imaginado por Kirby não acontecer. Para fazer tudo voltar ao que era antes, Byrne faz mil malabarismos narrativos e argumentativos. Entretanto toda a sequência durante a grande depressão é realmente uma leitura de fôlego.
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As melhores sequências são as da grande depressão. |
Omac se inscreve facilmente em qualquer relação dos melhores trabalhos do John Byrne. Assim, é surpreendente que sua única publicação no Brasil seja a edição da Nova Sampa do início da década de 90.
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