quinta-feira, outubro 23, 2025

Os últimos dias do Superman

 


De todas as histórias do Homem de aço, certamente uma das melhores é Os últimos dias do Superman, publicada em Superman 156, escrita por Edmond Hamilton e desenhada por Curt Swan, com arte-final de George Klein.

Já é possível perceber a grandiosidade dessa HQ na página de abertura, com os kriptonianos de Kandor elevando o Superman pela capa em uma imagem belíssima, quase renascentista graças ao traço elegante de Curt Swan e arte-final refinada de George Klein. O texto de Hamilton, expresso na fala de um dos kandorianos, não ficava atrás. Tanto resumia a história quando dava um ar poético e providenciava um gancho de suspense insuperável: “Superman está morrendo por causa da vírus X... e nem mesmo nossa grande ciência kriptoniana pode salvá-lo. O universo lamentará a perda dele para sempre”.



O que se segue é um ótimo exemplo de como as histórias do homem de aço da era de prata poderiam ser divertidas e envolventes.

Na história, a capsula de um astronauta americano vai se chocar com um objeto feito de kriptonita verde. Para salvá-lo, o Superman tira a cápsula do caminho usando o estágio descartado da nave terrestre. Uma vez no chão, ele consegue ler os dizeres na caixa e descobre que ela carrega amostras de um vírus mortal para os kritponianos. Embora ele consiga soterrar a caixa embaixo de uma pedra imensa, ele começa s sentir fraco. Levado a um médico, esse dá o veredito: o herói irá morrer em poucos dias.

O Super está fraco demais para realizar as tarefas para ajudar a humanidade.


Mas o Super-homem pretende aproveitar esse tempo realizando tarefas para ajudar, ou até salvar a humanidade, como cavar canais para irrigar desertos, desviar um planeta que futuramente iria colidir com a terra, destruir uma nuvem de fungos espaciais que poderiam eliminar toda a agricultura humana e fazer diminuir de tamanho um monstro marítimo.

Como ele não consegue realizar essas ações, pois está muito fraco, ele pede ajuda da Supermoça. Para evitar infectá-la, ele manda seus robôs construírem uma cabine de isolamento de “cristal de chumbo”. Tudo era muito conveniente naquela época: robôs com poderes do Superman podiam transformar chumbo em vidro! Mas isso não me incomodou e deve ter incomodado menos ainda os leitores da época.

Vários personagens são recrutados para ajudar. 


Com isso a Supermoça recruta diversos amigos do Superman, da Legião dos Super-herois ao povo da Atlântida, governado pela rainha Lori, uma das mulheres pelas quais o herói se apaixonou. Como uma autêntica história de despedida, vários personagens importantes reaparecendo de alguma maneira, incluindo Lyla Lerrol, a atriz kriptoniana pela qual o super se apaixonou em uma história em que voltava para o passado de seu planeta natal.

Na verdade, tudo a trama é muito bem pensado, com ganchos colocados no local certo e duas reviravoltas, que, apesar de inusitadas, fazem todo o sentido. A primeira delas diz respeito a Brainiac 5, que se recusa a ajudar na realização das tarefas. A segunda diz respeito à verdadeira natureza da doença que acomete o personagem.

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