Existe uma longa tradição de filmes de assalto, assim como
de filmes de Natal. Feliz Assalto, dirigido por Michael Fimognari,
consegue fundir esses dois gêneros em um produto inusitado.
A trama foca em Sophia, uma jovem que trabalha em uma loja
de departamentos e usa truques de mágica aprendidos com o avô para ajudar
colegas ou dar lições em pessoas arrogantes — como quando ela
"subtrai" a coleira de pedras preciosas de uma cadela cuja dona
humilhou uma funcionária. Por trás da leveza, há um drama familiar: sua mãe
luta contra o câncer e precisa de um tratamento experimental caro.
Ao conhecer Nick, um gênio da tecnologia que instalou o
sistema de segurança da loja e foi preso por roubá-la, a dupla decide furtar um
conjunto de joias guardado no porão. O fracasso dessa tentativa os leva a um
plano ainda mais ambicioso: abrir o cofre do proprietário.
Fimognari incorpora dinâmicas e maneirismos de diretores
como Quentin Tarantino para criar uma obra divertida e descolada. A narrativa
começa com a dupla prestes a dar o golpe final, transformando o restante do
filme em um grande flashback. O roteiro de Abby McDonald surpreende ao
entregar, já no terceiro ato, três reviravoltas que revelam as verdadeiras
histórias de Nick e Sophia, além da natureza real do assalto.
Diferente da maioria dos filmes do gênero, nos quais os
criminosos parecem infalíveis, aqui a dupla se atrapalha constantemente. Isso
confere humor e humanidade à obra. No fim, Feliz Assalto é emocionante e
empolgante — uma ótima pedida para a noite de Natal.

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