Clark Dalton é um dos mais surpreendentes aurores da série Perry Rhodan. Mesmo nas histórias repletas de ação ele dava um jeito de introduzir sua visão humanista da ficção científica.
Nos números anteriores, o mutante Tronar Woolver havia
aparentemente morrido ao ser duplicado pelos maahks. Mas na verdade seu
espírito havia se desprendido do corpo e voltado para o passado e incorporado
em ser primitivo, de uma raça aquática.
O autor realiza um verdadeiro estudo antropológico: como
seria a vida, os pensamentos e sentimentos de um ser aquático?
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| A capa original alemã. |
Sob influência de Tronar, Grum dá um salto evolutivo de
milhares de anos em poucos dias: passa a usar ferramentas (ele usa uma concha
para matar uma cobra d'água) e sai da água. Tudo isso com uma narrativa
fascinante a exemplo do primeiro momento em que o personagem sai da água e gravida
o empurra na direção do chão como uma mão invisível.
A segunda parte do livro, quando o mutante volta para seu
próprio corpo, é igualmente interessante. Há muita ação (os mutantes querem
prender o comandante maahks e sua nave sem destruí-la e acontece um ataque dos
aconences, inimigos dos terrenos). Mas o que torna essa parte realmente
interessante é a forma como o comandante dos respiradores de hidrogênio é
mostrado. Embora pareçam verdadeiros monstros, Dalton os mostra com uma
surpreendente humanidade. Grek1, o comandante, é mostrado como um ser honrado e
ético.
Numa época em que, na ficção científica, qualquer ser não
humanoide era descrito como um monstro selvagem e sem coração (talvez reflexo
da lógica colonial européia?), a série inovou ao mostrar um inimigo extra
galático digno e honrado.


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