Meu colega do site Amapá Busca, Euclides Farias, me enviou um comentário sobre o meu texto Música e História:
Caro Ivan,
É rico e singular o painel político-musical brasileiro traçado em "Música e História". Li, no blog, com vivo interesse.
Quanto a seu questionamento final, sobre qual seria a música-retrato destes tempos de mensalão e ilusão, sugiro a letra de "Ministério da Economia", de 1951 (como música é atemporal, esta é atualíssima), do sambista carioca Geraldo Pereira, morto em 1955.
É letra, em parceria com Arnaldo Passos, para ser lida preferencialmente com com ironia que, a bem da verdade, Geraldo Pereira, malandro convertido ao getulismo, não devotou ao presidente:
"Seu Presidente/Sua Excelência mostrou que é de fato/Agora tudo vai ficar barato/Agora o pobre já pode comer (até encher!)/Seu Presidente/Pois era isso o que o povo queria/O Ministério da Economia/Parece que vai resolver/Seu Presidente/Graças a Deus não vou comer mais gato/Carne de vaca no açougue é mato/Com meu amor eu já posso viver/Eu vou buscar a minha nega pra morar comigo/Eu sei que agora não há mais perigo/Porque de fome ela não vai morrer/A vida estava tão difícil que eu mandei a minha nega bacana/Meter 'os peito' na cozinha da madame/Em Copacabana/Agora vou buscar a nega/Porque gosto dela pra cachorro/'Os gato' é que vão dar gargalhada de alegria lá no morro".
Boa lembrança Euclides. Eu acho que a melhor indica o período que estamos vivendo é a UH UH UH, LA LA LA, IÉ IÉ!, do Pato Fu:
"Acho muito caro o que ele tá pedindo
Pra eu ter muito mais sorte e menos azar
Acho muito pouco o que tenho no bolso
Pra ver o sol nascer não tem que pagar
É certo que o milagre pode até existir
Mas você não vai querer usar
Toda cura para todo mal
Está no Hipoglós, Merthiolate e Sonrisal"
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