sábado, abril 15, 2006

O Jefferson (grande roteirista de quadrinhos de Belém) me mandou a seguinte mensagem:

"caro amigo eu nao concordo com o toque de recolher imposto em varios lugares do Brasil(inclusive Belem) acho que e mais um paliativo do que soluçao o problema certamente esta em outro lugar."

RESPOSTA:
Jefferson, em Macapá foi necessário. a cidade, especialmente a Beira-rio, estava virando terra sem lei. Os vendedores de bebida tomaram a única ciclovia da cidade, e mais o passeio. Todo boyzinho com complexo de inferioridade, abria o porta-malas do carro e estourava os tímpanos dos outros com o som alto. Como pelo jeito Macapá tem muita gente com problemas de auto-afirmação, era um desses a cada cinco metros (e a polícia fazia vista grossa para quem conhecia as pessoas certas). O horário de funcionamento era um absurdo. Certa vez eu e minha mulher saimos da faculdade e fomos procurar um barzinho. Andamos até meia-noite e não encontramos um único local aberto. Como tínhamos que trabalhar no dia seguinte, voltamos para casa. Eu pergunto: quem é que sai para se divertir só a partir das duas da madrugada? Gente que trabalha? Que tem responsabilidades? Além disso, Macapá tem um número altíssimos de homicídios e todos acontecem nesse horário, de 2 às 5 h. O mesmo para os acidentes de trânsito. Concordo plenamente com o Ministério Público. Quando não funciona a lei, vale a lei do você sabe com quem está falando. Ou seja, quem tem os conhecidos certos é que se sai bem (como da vez em que um cara colocou o som estupidamente alto e parou um carro da polícia ao lado dele e pensei: vão abaixar. A garota que estava com o rapaz foi lá, deu um beijinho no policial e ficou tudo por isso mesmo). O que o promotor está fazendo é dizer o seguinte: a lei é para todos.

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