A Isabela Boscov, da Veja publicou esta semana o melhor exemplo que já vi do que não deveria ser uma resenha.
Uma resenha é escrita com o objetivo de analisar uma obra e dar, para quem pretende ler ou assistir a essa obra, elementos para decidir se vale a pena comprar um livro ou assistir um filme. Uma resenha não é um artigo, em que o autor apresenta suas idéias sobre determinado tema.
Transformar resenha em artigo é erro básico de quem está engatinhando na arte de resenhar.
No caso da resenha do filme V de Vingança, o que um leitor esperaria de uma boa resenha? Antes de mais nada, como se trata de uma adaptação de uma história em quadrinhos, o leitor gostaria de saber se a obra original foi bem adaptada. A adaptação é fiel? Não é? Além disso, a resenha deveria trazer, obrigatoriamente, análise de aspectos técnicos. Há boas atuações? A direção é competente? Os diálogos são bons? De resto, valeria uma indicação: quem gostaria de assistir a esse filme.
Na resenha publicada pela Veja não há nada disso. A Isabela Boscov mal fala da obra original (que por sinal, fica bem claro no texto que ela não leu) e aproveita o texto para escrever suas opiniões pessoais sobre o assunto que ela imagina que o filme trata.
Isso me faz lembrar de um aluno, que solicitado a escrever uma resenha sobre o filme Contato (de Robert Zemeckis, baseado na obra de Carl Sagan), produziu um texto de três páginas dizendo que o filme era horrível porque falava de extraterrestres e extraterrestres não existem... e lá se foram parágrafos e mais parágrafos de argumentos contrários à existência de seres extraterrestres...
Ficou muito claro que a resenhista não leu a HQ, e se leu não entendeu que ela é um libelo contra regimes totalitários, sejam eles de esquerda ou de direita. Na sua cegueira, a senhora Isabela Boscov acusou o roteirista Alan Moore de ser marxista, o que demonstra que ela nem se preocupou em saber de quem estava falando. Em uma pesquisa simples na internet, ela descobriria que Moore é anarquista e critico do marxismo.
Em sua ânsia de defender os interesses por trás da revista Veja, a resenhista fez questão de louvar Margaret Thatcher, a principal defensora do ideal liberal de Estado Mínimo, Imposto Máximo, em que o cidadão deve pagar o máximo possível de impostos, sem ter nada em troca. E, ao contrário do que a resenha dá a entender, o neoliberalismo não é uma exclusividade dos regimes democráticos. O governo ditatorial de Pinochet, no Chile, foi o primeiro a instalar o neoliberalismo na América Latina. Por sinal, Pinochet era amissíssimo de Thatcher...
A senhora Isabela revela não só a incapacidade de escrever uma resenha decente, mas as saudades dos regimes totalitários, desde que sejam eles neo-liberais.
Leiam abaixo a bobagem que ela escreveu e chamou de resenha:
B de Bobagem
Com V de Vingança, os irmãos Wachowski ilustram a ignorância que a cultura popcultiva sobre o "sistema
Num dos filmes mais antigos de James Bond, do fim dos anos 70, há uma cena que fazia a delícia das platéias brasileiras: o 007 entrava com sua lancha por um rio da Amazônia e saía, sem mais, pelas cataratas do Iguaçu. Menos a diversão, é assim também que seguem os raciocínios de V de Vingança (V for Vendetta, Estados Unidos, 2006), que estréia nesta sexta-feira no país – o ponto de partida não tem nenhum parentesco com o ponto de chegada, e o caminho que se percorreu de um ao outro é um mistério. Exemplo: o mascarado V (Hugo Weaving), em luta solitária e secreta contra o regime totalitário que domina a Inglaterra de 2020, ensina à sua pupila Evey (Natalie Portman) que os homens não precisam de edifícios, e sim de idéias. Donde, conclui ele num salto de imaginação ainda mais acrobático que o da lancha de James Bond, mandar o Parlamento pelos ares certamente irá encher de idéias a cabeça de seus contemporâneos. Nem vale a pena gastar espaço argumentando sobre a falta de modos de um filme que tem como herói um terrorista carregado de explosivos. O que chama atenção em V de Vingança são sua ignorância obstinada e a afiliação irrefletida ao pensamento de que o "sistema", seja ele qual for, é corrupto e nocivo. Ainda mais curiosa que a lógica de V, por exemplo, é o homem que ele imita na vestimenta e na máscara: Guy Fawkes, um católico que, em 1605, planejou dizimar a aristocracia protestante explodindo a Câmara dos Lordes. Fawkes foi flagrado nos porões do Parlamento com 36 barris de pólvora e enforcado, proporcionando aos ingleses uma brincadeira parecida com a malhação de Judas. Todo 5 de novembro, data da chamada Conspiração da Pólvora, bonecos de Fawkes são enforcados e queimados e fogos de artifício pipocam por toda a Inglaterra.Que, em 2006 ou 2020, alguém ache Fawkes uma figura inspiradora é intrigante.
Quatrocentos anos atrás, o edifício do Parlamento era um símbolo do absolutismo. Hoje, ao contrário, ele representa outro tipo de "sistema" – o constitucionalismo, e numa de suas versões mais bem-sucedidas. É difícil também imaginar que, em 2400, americanos venham a se divertir malhando efígies de Osama bin Laden. Se Fawkes se presta a brincadeiras é porque não teve a competência de sua contrapartida saudita para cometer um assassinato em massa. Mas bem que tentou. Grande antídoto seu exemplo poderia ser, então, contra o regime de crise permanente instituído pelo ditador e "big brother" Adam Sutler (que, numa escolha que os produtores devem ter achado o supra-sumo da ironia, é interpretado por John Hurt, justamente o protagonista e vítima do Grande Irmão em 1984). Os irmãos Andy e Larry Wachowski, de Matrix, escreveram e produziram V de Vingança (a direção foi entregue a um subalterno deles, um certo James McTeigue), e respondem pela maior parte das tolices que se vêem em cena. Mas a idéia não partiu deles, e sim do quadrinista inglês Alan Moore, um ídolo do gênero (que, aliás, exigiu que não houvesse menção ao seu nome nos créditos do filme). Moore e o ilustrador David Lloyd começaram a publicar a série V de Vingança no primeiro mandato de Margaret Thatcher e encerraram-na no terceiro e último termo da primeira-ministra. Os quadrinhos V de Vingança transbordam o sentimento de violência e violação com que boa parte dos britânicos atravessou a desconstrução thatcherista – e transpiram também um certo obscurantismo. Ninguém acusaria Thatcher de ser um doce-de-coco, mas o que ela fez não foi concentrar o poder do Estado, e sim enxugá-lo e estimular os ingleses (ainda que com aquela truculência que lhe era peculiar) a cuidar de sua própria vida. Quanto mais um cidadão depende do Estado financeiramente ou do ponto de vista das decisões, mais sujeito estará a ter de beijar a mão que o alimenta.
A liberdade econômica é, assim, um requisito para outras liberdades mais valorizadas, como a política, a social e a de costumes. A pegadinha é que, até hoje, o único ambiente em que ela floresceu de fato é o capitalista. E, até por uma questão de cultura e de décadas de fantasia marxista, é mais comum enxergar-se no capitalismo um "sistema" destinado a criar e propagar injustiça do que um regime regulado, de maneira em grande parte espontânea, pela mútua vantagem e dependência. A cultura pop – e V de Vingança é um exemplar legítimo dela – prefere simplesmente partir do pressuposto de que esse sistema é ruim; se se interessasse em debatê-lo, ela talvez se visse diante da constatação desconcertante de que não tem alternativas a propor (e bombardear o Parlamento ou assassinar primeiros-ministros não são alternativas). Felizmente, nem todo Estado é assim tão desafeito ao debate, e alguns deles, como o próprio inglês e os escandinavos, desenvolveram instrumentos eficazes para minimizar as injustiças que, sim, são da natureza do capitalismo. E felizmente também nem todos os cineastas que abordam esse tema vivem tão satisfeitos com sua própria ignorância quanto os irmãos Wachowski. Descontadas algumas simplificações, filmes como Wall Street, O Jardineiro Fiel, Syriana, O Informante ou mesmo Robocop oferecem opiniões pertinentes e sagazes sobre o mundo do qual se originaram. Uma coisa, porém, eles têm em comum com V de Vingança: todos eles, os bons e os ruins, foram feitos do jeito que seus produtores bem entenderam, sem interferência de Estados ou governos. É tentar repetir o feito em Cuba ou na China para entender, em primeira mão, o que é verdadeiramente um regime totalitário."
Uma resenha é escrita com o objetivo de analisar uma obra e dar, para quem pretende ler ou assistir a essa obra, elementos para decidir se vale a pena comprar um livro ou assistir um filme. Uma resenha não é um artigo, em que o autor apresenta suas idéias sobre determinado tema.
Transformar resenha em artigo é erro básico de quem está engatinhando na arte de resenhar.
No caso da resenha do filme V de Vingança, o que um leitor esperaria de uma boa resenha? Antes de mais nada, como se trata de uma adaptação de uma história em quadrinhos, o leitor gostaria de saber se a obra original foi bem adaptada. A adaptação é fiel? Não é? Além disso, a resenha deveria trazer, obrigatoriamente, análise de aspectos técnicos. Há boas atuações? A direção é competente? Os diálogos são bons? De resto, valeria uma indicação: quem gostaria de assistir a esse filme.
Na resenha publicada pela Veja não há nada disso. A Isabela Boscov mal fala da obra original (que por sinal, fica bem claro no texto que ela não leu) e aproveita o texto para escrever suas opiniões pessoais sobre o assunto que ela imagina que o filme trata.
Isso me faz lembrar de um aluno, que solicitado a escrever uma resenha sobre o filme Contato (de Robert Zemeckis, baseado na obra de Carl Sagan), produziu um texto de três páginas dizendo que o filme era horrível porque falava de extraterrestres e extraterrestres não existem... e lá se foram parágrafos e mais parágrafos de argumentos contrários à existência de seres extraterrestres...
Ficou muito claro que a resenhista não leu a HQ, e se leu não entendeu que ela é um libelo contra regimes totalitários, sejam eles de esquerda ou de direita. Na sua cegueira, a senhora Isabela Boscov acusou o roteirista Alan Moore de ser marxista, o que demonstra que ela nem se preocupou em saber de quem estava falando. Em uma pesquisa simples na internet, ela descobriria que Moore é anarquista e critico do marxismo.
Em sua ânsia de defender os interesses por trás da revista Veja, a resenhista fez questão de louvar Margaret Thatcher, a principal defensora do ideal liberal de Estado Mínimo, Imposto Máximo, em que o cidadão deve pagar o máximo possível de impostos, sem ter nada em troca. E, ao contrário do que a resenha dá a entender, o neoliberalismo não é uma exclusividade dos regimes democráticos. O governo ditatorial de Pinochet, no Chile, foi o primeiro a instalar o neoliberalismo na América Latina. Por sinal, Pinochet era amissíssimo de Thatcher...
A senhora Isabela revela não só a incapacidade de escrever uma resenha decente, mas as saudades dos regimes totalitários, desde que sejam eles neo-liberais.
Leiam abaixo a bobagem que ela escreveu e chamou de resenha:
B de Bobagem
Com V de Vingança, os irmãos Wachowski ilustram a ignorância que a cultura popcultiva sobre o "sistema
Num dos filmes mais antigos de James Bond, do fim dos anos 70, há uma cena que fazia a delícia das platéias brasileiras: o 007 entrava com sua lancha por um rio da Amazônia e saía, sem mais, pelas cataratas do Iguaçu. Menos a diversão, é assim também que seguem os raciocínios de V de Vingança (V for Vendetta, Estados Unidos, 2006), que estréia nesta sexta-feira no país – o ponto de partida não tem nenhum parentesco com o ponto de chegada, e o caminho que se percorreu de um ao outro é um mistério. Exemplo: o mascarado V (Hugo Weaving), em luta solitária e secreta contra o regime totalitário que domina a Inglaterra de 2020, ensina à sua pupila Evey (Natalie Portman) que os homens não precisam de edifícios, e sim de idéias. Donde, conclui ele num salto de imaginação ainda mais acrobático que o da lancha de James Bond, mandar o Parlamento pelos ares certamente irá encher de idéias a cabeça de seus contemporâneos. Nem vale a pena gastar espaço argumentando sobre a falta de modos de um filme que tem como herói um terrorista carregado de explosivos. O que chama atenção em V de Vingança são sua ignorância obstinada e a afiliação irrefletida ao pensamento de que o "sistema", seja ele qual for, é corrupto e nocivo. Ainda mais curiosa que a lógica de V, por exemplo, é o homem que ele imita na vestimenta e na máscara: Guy Fawkes, um católico que, em 1605, planejou dizimar a aristocracia protestante explodindo a Câmara dos Lordes. Fawkes foi flagrado nos porões do Parlamento com 36 barris de pólvora e enforcado, proporcionando aos ingleses uma brincadeira parecida com a malhação de Judas. Todo 5 de novembro, data da chamada Conspiração da Pólvora, bonecos de Fawkes são enforcados e queimados e fogos de artifício pipocam por toda a Inglaterra.Que, em 2006 ou 2020, alguém ache Fawkes uma figura inspiradora é intrigante.
Quatrocentos anos atrás, o edifício do Parlamento era um símbolo do absolutismo. Hoje, ao contrário, ele representa outro tipo de "sistema" – o constitucionalismo, e numa de suas versões mais bem-sucedidas. É difícil também imaginar que, em 2400, americanos venham a se divertir malhando efígies de Osama bin Laden. Se Fawkes se presta a brincadeiras é porque não teve a competência de sua contrapartida saudita para cometer um assassinato em massa. Mas bem que tentou. Grande antídoto seu exemplo poderia ser, então, contra o regime de crise permanente instituído pelo ditador e "big brother" Adam Sutler (que, numa escolha que os produtores devem ter achado o supra-sumo da ironia, é interpretado por John Hurt, justamente o protagonista e vítima do Grande Irmão em 1984). Os irmãos Andy e Larry Wachowski, de Matrix, escreveram e produziram V de Vingança (a direção foi entregue a um subalterno deles, um certo James McTeigue), e respondem pela maior parte das tolices que se vêem em cena. Mas a idéia não partiu deles, e sim do quadrinista inglês Alan Moore, um ídolo do gênero (que, aliás, exigiu que não houvesse menção ao seu nome nos créditos do filme). Moore e o ilustrador David Lloyd começaram a publicar a série V de Vingança no primeiro mandato de Margaret Thatcher e encerraram-na no terceiro e último termo da primeira-ministra. Os quadrinhos V de Vingança transbordam o sentimento de violência e violação com que boa parte dos britânicos atravessou a desconstrução thatcherista – e transpiram também um certo obscurantismo. Ninguém acusaria Thatcher de ser um doce-de-coco, mas o que ela fez não foi concentrar o poder do Estado, e sim enxugá-lo e estimular os ingleses (ainda que com aquela truculência que lhe era peculiar) a cuidar de sua própria vida. Quanto mais um cidadão depende do Estado financeiramente ou do ponto de vista das decisões, mais sujeito estará a ter de beijar a mão que o alimenta.
A liberdade econômica é, assim, um requisito para outras liberdades mais valorizadas, como a política, a social e a de costumes. A pegadinha é que, até hoje, o único ambiente em que ela floresceu de fato é o capitalista. E, até por uma questão de cultura e de décadas de fantasia marxista, é mais comum enxergar-se no capitalismo um "sistema" destinado a criar e propagar injustiça do que um regime regulado, de maneira em grande parte espontânea, pela mútua vantagem e dependência. A cultura pop – e V de Vingança é um exemplar legítimo dela – prefere simplesmente partir do pressuposto de que esse sistema é ruim; se se interessasse em debatê-lo, ela talvez se visse diante da constatação desconcertante de que não tem alternativas a propor (e bombardear o Parlamento ou assassinar primeiros-ministros não são alternativas). Felizmente, nem todo Estado é assim tão desafeito ao debate, e alguns deles, como o próprio inglês e os escandinavos, desenvolveram instrumentos eficazes para minimizar as injustiças que, sim, são da natureza do capitalismo. E felizmente também nem todos os cineastas que abordam esse tema vivem tão satisfeitos com sua própria ignorância quanto os irmãos Wachowski. Descontadas algumas simplificações, filmes como Wall Street, O Jardineiro Fiel, Syriana, O Informante ou mesmo Robocop oferecem opiniões pertinentes e sagazes sobre o mundo do qual se originaram. Uma coisa, porém, eles têm em comum com V de Vingança: todos eles, os bons e os ruins, foram feitos do jeito que seus produtores bem entenderam, sem interferência de Estados ou governos. É tentar repetir o feito em Cuba ou na China para entender, em primeira mão, o que é verdadeiramente um regime totalitário."
Compre obras de Alan Moore no Submarino.
17 comentários:
De fato, totalmente comprometida com a cartilha neo-liberal. Mas, francamente, o que esperar da Veja, a maior revista de desinformação do país? Eu já desisti de ler essa porcaria há anos...
Ah, isso é apenas mais uma amostra de que a Veja realmente nem vale a pena ser "vista".
E são imbecis como esta que escrevem para a Veja?
Alex, Pelo jeito, essa é a norma agora. Só quem pode escrever para a Veja agora são idiotas. Ah, mandei uma carta para eles. Vamos ver se eles publicam...
a isbela roscof quer dar o cu e nao sabe como pedir.
Parabéns! vc disse tudo!
Parabéns! vc disse tudo!
Sou fã de "V de Vingança" desde os meus 16 anos. Tenho até hoje a edição original publicada no Brasil em cinco capítulos. Desde aquela época sonhei com uma versão em filme e confesso que, em parte, minha expectativa foi frustrada. Não que não tenha adorado ver Codinome V em ação. No entanto, do jeito que o roteiro foi amarrado a impressão que fica é parecida com a descrita pela jornalista da Veja: as idéias estão muito soltas e não valorizam a compreensão para quem sequer conhece o original dos quadrinhos. Particularmente achei lamentável puxarem a invasão da estação de TV para o início e justificar uma série de fatos que ocorreram antes.
Agora, também não gostei da forma extremamente opinativa como a jornalista conduz a resenha. De fato, sequer há comparações com a HQ ou detalhes técnicos mais relevantes sobre o filme. Existe, sim, uma preocupação muito grande em criticar o trabalho dos irmãos Wachowski (o que de certa forma, até posso concordar em parte).
Sou também jornalista e também escrevi duas resenhas sobre V de Vingaça para o jornal O Povo, de Fortaleza. Por esse motivo, sei lidar melhor com uma opinião diferente da minha e até enxergar aspectos interessantes como o totalitarismo que ela cita em Cuba e na China. É algo realmente a se pensar. Agora, como resenha do filme, realmente, pouco acrescenta.
Sou fã de "V de Vingança" desde os meus 16 anos. Tenho até hoje a edição original publicada no Brasil em cinco capítulos. Desde aquela época sonhei com uma versão em filme e confesso que, em parte, minha expectativa foi frustrada. Não que não tenha adorado ver Codinome V em ação. No entanto, do jeito que o roteiro foi amarrado a impressão que fica é parecida com a descrita pela jornalista da Veja: as idéias estão muito soltas e não valorizam a compreensão para quem sequer conhece o original dos quadrinhos. Particularmente achei lamentável puxarem a invasão da estação de TV para o início e justificar uma série de fatos que ocorreram antes.
Agora, também não gostei da forma extremamente opinativa como a jornalista conduz a resenha. De fato, sequer há comparações com a HQ ou detalhes técnicos mais relevantes sobre o filme. Existe, sim, uma preocupação muito grande em criticar o trabalho dos irmãos Wachowski (o que de certa forma, até posso concordar em parte).
Sou também jornalista e também escrevi duas resenhas sobre V de Vingaça para o jornal O Povo, de Fortaleza. Por esse motivo, sei lidar melhor com uma opinião diferente da minha e até enxergar aspectos interessantes como o totalitarismo que ela cita em Cuba e na China. É algo realmente a se pensar. Agora, como resenha do filme, realmente, pouco acrescenta.
Oi Claude, Muito boas as suas observações. O que realmente odiei na resenha da Isabela é que ela se esqueceu que estava fazendo uma resenha e escreveu um artigo (aliás, muito decontextualizado, já que a HQ fala de totalitarismo, não de neoliberalismo). Erro básico na hora de elaborar uma resenha... Um abraço e muito obrigado pelo comentário.
Ao ler esta "resenha", confesso ter ficado bastante preocupada pois em vez de discutir as idéias do filme (tendo sido as mesmas mal discutidas ou não) ou compará-las com o original em quadrinhos, a autora preocupa-se em falar difícil.
Além disso, a "resenha" é deveras tendenciosa! Meu deus, comparar o personagem a Osama bin Laden por seus feitos "terroristas"?
Decepciona constatar o nível de desinformação dos profissionais que escrevem estas merdas pro Brasil inteiro ler.
Foi um lixo sem tamanho.
E ela esquece que um dos princípios da democracia é o povbo vigiar o sistema.
Ela acha que na "democracia" dela, as ovelhas são livres para fazer o que quiser. só que os lobos também...
Duas coisinhas, 1º a tia da revista foi extremamente infeliz, ela deveria estar em um dia ruim, bateu até na sombra, temos que relevar pessoas tem dias ruins, hawhwahawh não gostei da resenha e acho que se ela vive disse ela deveria tentar outra coisa, quem sabe naum se dá melhor, como algumas opções citadas acima. 2º tenho um amigo que sempre discutimos sobre os filmes qeu vemos, e uma opnião qeu nos é comum é de que uma adaptação é uma ADAPTAÇÃO, eu naum manjo absolutamente nada de cinema, sou um amador apenas, acho qeu não se deve esperar nada de uma adaptação. NUnca vi nenhum lugar que diga qeu elça deva ser fiel ao livro, quadrinho, album de figurinha, parachoque de caminhão, seja lá de onde foi tirada, pois caso ela fosse fiel todos sairiam do cinema falando "Ah que sem graça, é igual ao quadrinho mas é filmado, poxa nuam tem nada de diferente, e além do mais eu achei fulano mto feio pra ser o Dartanhan". Mas só pra concluir eu achei o filme LOKO fiquei extremamente vidrado, passei varias partes arrepiado, e peguei varias citações na net que eu achei genial.
Veja comeca com V...
hahaha
Veja comeca com V...
hahaha
Olá, Gian. Só fui descobrir o seu blog agora. Muito legal.
E com respeito a essa "resenha" da Izabela Bocov... bom, é simplesmente irritante. É bem como vc disse, o filme mexe com os brios e as opiniões pessoais dessa senhora e ela faz todo um indignado discurso. É irritante ver como ela não leu nada do Alan Moore, nem provavelmente nada da obra de que está falando, e cria argumentos em cima desse nada. O pior é saber que pessoas como ela são os "formadores de opinião". Um bando de pessoas que sentencia uma obra de "boa" ou "má" sem sequer conhecer do que está falando, apenas com base em uma única perspectiva.
Mas, cá entre nós, nunca li uma crítica da Bocov que fosse condizente com a qualidade do filme...
Abraço
Fiz uma matéria na Revista Manuscrita #2 sobre V de Vingança... li a HQ numa tarde e fiquei atônito com o conteúdo e com a voracidade de Alan Moore ao lidar com temas que vão muito além de revolta, vingança ou revolução. Lida com filosofia, direito e noções básicas de cidadania, como a liberdade de cada ser humano ser o que realmente é. E o mais importante, o direito de saber quem realmente é. Se alguém se interessar, o link da Manuscrita é - www.manuscrita.com.br
Enviar um comentário