quinta-feira, maio 03, 2007


No dentista


O homem estava na sala de espera do consultório do dentista. Lia tranqüilamente sua revista. Nisso saiu um cliente de dentro do consultório. O homem vem arrancando os cabelos, totalmente descontrolado:
- Esse doutor é doido!
A secretária, impassível:
- Para quando marco o seu retorno?
- Só volto aqui quando estiver morto!
- Quarta-feira está bom?
Nisso o homem já se levantou para sair.
- Eh... eu acho que também já vou embora...
E a secretária, o sorriso mais bonito que ele já vira:
- O que é isso? Fique mais um pouquinho... o doutor não demora. É rapidinho, viu?
Como resistir àquele sorriso lindo? O homem sentou-se novamente e pegou uma revista Caras. Estava vendo as fotos dos artistas quando um homem saiu do consultório com um jaleco branco. Vinha batendo nas coisas, derrubando vasos, tropeçando no tapete.
- Dona Isaura, a senhora viu os meus óculos?
- Está aqui, doutor Zé Guinho...
E a secretária entrega para o doutor um óculos fundo de garrafa, tão pesado que afunda o nariz do indivíduo.
Aí o cliente se levanta:
- Olha, acabei de lembrar de um compromisso...
- O que é isso, espera mais um pouco...
De novo aquele sorriso maravilhoso. Como resistir àqueles olhinhos de boneca?
- Dona Isaura, dê um jeito nesse alicate.
Lá vinha o doutor, com um alicate de pedreiro.
O cliente deu um salto:
- Agora eu vou!
A secretária acalmou-o:
- Ah, isso aqui? É um alicate que um pedreiro deixou aqui. O doutor quer que eu devolva...
- Ah, então tá... – respirou aliviado o homem.
Nisso o doutor sai do consultório com uma serra. O cliente não piscou duas vezes: saiu correndo e gritando.
Dona Isaura lamentou:
- Eu não sei o que essa gente tem... só porque o doutor gosta de marcenaria...

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