Assisti Freud, além da alma, o clássico filme de John Huston com roteiro de Sartre (posteriormente o filósofo pediu para seu nome ser tirado dos créditos quando viu seu texto ser alterado para dar um ar mais hollywoodiano). Ótimo filme, com uma fotografia em preto e branco que valoriza as neuroses dos personagens e cria ótima sequências de pesadelos. É interessante por relacionar a vida pessoal do psicólogo com suas descobertas. Nesse sentido, é melhor que Jornada da Alma, pois explica detalhamente o processo de cura dos pacientes. Embora as descobertas de Freud sejam inegavelmente importantes, há um erro metodológico em sua pesquisa que complica tudo. Freud usou o método indutivo e tirou suas conclusões de apenas dois casos, um deles o dele mesmo. É muito pouco para concluir que todo homem é apaixonado pela mãe e toda mulher é apaixonada pelo pai. Talvez isso fosse característico apenas das duas situações estudadas. Em todo caso, é importantíssimo o fato de Freud ter demonstrado que muitas de nossas ações são governadas pelo inconsciente. Em uma das sequências do filme o psicólogo vai viajar de trem e recebe do pai um relógio. Ele mal entra na locomotiva e deixa cair o relógio, danificando-o. Esse ato falho refletia o ódio que ele sentia do pai.
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