terça-feira, janeiro 22, 2008

Nono império, nono picareta



Nesses mais de vinte anos de quadrinhos sempre me deparei com situações e pessoas inusitadas. De todas as figuras, as mais terríveis são os editores pilantras. Um bom exemplo disso é a editora portuguesa Nono Império.
Eles fizeram um concurso para roteiristas e eu fiquei em primeiro lugar. 4
Eles, incialmente, iam lançar uma revista mix e me encomendaram uma personagem de mangá. Pagavam pouco, mas diziam que pagavam. O cotrato era draconiano, inclusive prevendo que os direitos da personagem criada seria deles. As exigências eram máximas, como se estivessem realmente pagando uma fortuna. Eles pediam modificações nos roteiros. Diziam que o pagamento só seria feito depois de quatro histórias aprovadas. Pediam fichas de personagens, fichas de ambientação, de trama. Chegaram ao ponto de pedir que, para cada história, eu enviasse referências visuais de personagens, ambientes e objetos para o desenhista. Ou seja, de roteirista, eu já estava fazendo trabalho de editor.
Algum tempo depois, eles me escreveram, dizendo que o desenhista estava enrolando para fazer as páginas e pedindo para que eu escrevesse a ele, adulando-o. Boa, além de roteirista e editor, queriam que eu fosse também babá de desenhista. Escrevi a eles sugerindo que eles trocassem de desenhista. A resposta foi: ou sai com esse desenhista, ou não sai. Parece que o tal desenhista era parente de um dos sócios da editora...
Nesse meio tempo, tive gastos com correio internacional, pois tinha que assinar cópias e mais cópias do contrato, e mais de uma vez havia alguma coisa errada. O contrato chegando corretamente lá, eles diziam, eu receberia o pagamento pelas três primeiras histórias.
Passou-se um longo silêncio. Eles não respondiam meus e-mails. Quando finalmente consegui contato, eles me disseram que não iam mais publicar a história porque o desenhista tinha desistido de ilustrar... e que eu não receberia um tostão. Disseram que talvez pagassem os gastos que tive com correio. Talvez. E não pagaram.
Ou seja, a Nono Império é o pior tipo: o editor pilantra que toma ares de bom pagador. Fazem mil exigências, cobram muito, mas no final não pagam nada. Fica o alerta. Quem engana um, engana vários.

2 comentários:

RoteiristaLeo disse...

caraca, homem! E por que tu não pulaste fora quando o Aguiar te avisou ?!?!?!?!

Anónimo disse...

Home, essa editora não existe não. É uma gibiteria metida a publicadora, que já vai a andar mal das pernas nas vendas de BD, imagina na produção de uma.