A cidade dos buracos

Dia desses minha mulher me disse: ¨Não entra nessa rua, que a gente não conhece os buracos!¨. Em Macapá é assim. É bom conhecer não as ruas, mas os buracos, ou se corre o risco de entrar num local do qual é impossível sair. Já vi caminhão atolado em um buraco! E a gente vai vivendo a vida assim, em convívio íntimo com os milhares de buracos que afloram na cidade. Depois de duas semanas fora, volto e encontro além dos velhos conhecidos, buracos novos, jovens ainda. Os outros, mais velhos, viraram crateras. Aí, junto com a alegria de voltar para casa, vem a tristeza de morar na cidade dos buracos.