
Existem dois tipos de jogos: os de soma zero e os de soma dois. Nos jogos de soma zero, se uma parte ganha, a outra, obrigatoriamente, perde (-1+1= 0). Nos jogos de soma 2, os ganhos de uma parte revertem em ganhos também para a outra parte envolvida na contenda (1+1="2)."
Aparentemente, todos os jogos são do tipo soma zero. Em um jogo de xadrez, todo mundo joga para ganhar, o que significará a derrota de seu adversário. Em uma guerra, os países lutam para ganhar e, portanto, derrotar seus adversários. Assim, para a maioria dos pensadores antigos, a melhor estratégia em um jogo é procurar ter o maior ganho
individual.
As situações de jogo ganharam uma metáfora do famoso dilema do prisioneiro. Nesse dilema, dois bandidos são presos e colocados em selas separadas. Os policiais, então, fazem a mesma proposta para cada um deles:
1 -. se os dois ficarem quietos e não denunciarem seu companheiro, os dois serão libertados (nessa situação, os dois cooperam entre si).
2 - Se um deles denunciar o outro, mas o outro não o denunciar, o que denunciou ficará livre, enquanto o outro pegará um ano de detenção.
3 - Se os dois denunciarem um ao outro, ambos ficarão presos, juntos, por seis meses.
Na primeira situação, os dois cooperam entre si. Na segunda situação, um coopera e o outro não. Finalmente, na terceira situação, nenhum dos dois coopera. Detalhe: os bandidos estão em celas diferentes e um não sabe o que o outro fez.
O que você faria em uma situação como essa?
De todas as possibilidades, a segunda é sem dúvida a pior. Se eu coopero e o outro não, eu fico com todo o prejuízo e ele com todo o lucro.
A terceira opção também não é das melhores. Nesse caso, os dois não cooperam e dividem o prejuízo. Além de que, os dois na mesma cela, sabendo que um traiu o outro pode levar a algumas noites de sono.
A melhor opção seria, claro, os dois cooperarem. Mas é um jogo arriscado, pois se eu cooperar, o outro pode não cooperar e, como já vimos, essa é a pior solução.
A lógica nos diz que a melhor resposta seria não cooperar, ou seja, trair. Mas John Nash demonstrou que isso é válido apenas para jogos com uma única partida. Nos jogos com várias partidas, a melhor estratégia é começar cooperando e fazer depois o que o outro fez na partida anterior. Se ele cooperou, continuamos cooperando. Se ele traiu, nós o punimos traindo também. As estatísticas demonstram que essa é a estratégia que garante melhores resultados.
Na vida cotidiana, a maioria dos jogos é de várias partidas. As relações entre patrões e empregados, marido e mulher, colegas de classe, amigos, são sempre de várias partidas. O que a teoria dos jogos diz é se deve começar cooperando. Deve-se iniciar com boa vontade, cooperando, confiando na outra parte. Mas se a outra parte não cooperar, deve-se puni-la, não cooperando na partida seguinte.
Há algum tempo, Robert Axelrod organizou um torneio para testar a melhor estratégia diante do dilema do prisioneiro. Cada participante do torneio deveria criar uma programação com uma estratégia para ser jogada em 200 partidas. A ganhadora, chamada de TFT(Tif For Tat) tinha quatro regras bem simples, que podem ser usadas em partidas reais:
1 – Seja bacana. Nunca traia primeiro
2 – Seja vingantivo. Nunca deixe passar uma traição sem retaliar na mesma moeda no lance seguinte.
3 – seja generoso. Se o outro voltar a cooperar, volte a cooperar também.
4 – seja transparente. Deixe bem clara a sua estratégia.
1 comentário:
Muito legal este artigo sou estudante e estou fazendo uma pesquiza sobre a teoria dos jogos e me ajudou a compreender um pouco melhor como funciona esta teoria.
Obrigado.
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