Uma das coisas que comprei em curitiba foi o álbum Che, de Héctor Oestherheld (roteiro) e arte de Alberto e Enrique Breccia. Essa HQ foi publicada na Argentina três meses após a morte do guerrilheiro. É item de colecionador, até porque a Conrad fez um belo trabalho, com uma edição em capa dura e boa impressão (embora o texto final não esteja correto ao afirmar que é a primeira vez que Oesterheld foi publicado no Brasil - algumas HQs dele foram publicada na revista Skorpio, da editora Abril, na década de 1970).
A arte dos Breccia é exuberante, mas o que mais me chamou atenção foi o roteiro. Oestherheld escreveu essa HQ em 1968, mas continua parecendo atual, em termos de narrativa. A história começa na Bolívia, narrando os últimos dias de Che e, no meio dessa narrativa, vão aparecendo os flash backs, que contam a história do guerrilheiro. além disso, o texto é poético e nada previsível. Não é à toa que muitos consideram Oestherheld o melhor roteirista de todos os tempos.
O resultado é uma HQ tão bela (embora totalmente parcial), que os militares não perdoaram. Mataram o roteirista e suas filhas. Da família, só sobrou a esposa e um neto. ¨Demos um sumiço nele por ter feito a mais bela história de Che que já foi escrita¨, disse um militar argentino.
Leia no Universo HQ uma ótima resenha do álbum.
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