Segundo o blog dos quadrinhos, a nova vítima da cruzada moralista contra os quadrinhos é o álbum Um contrato com Deus, de Will Eisner, uma das melhores e mais humanas obras que já li. Uma diretora de escola de Ferraz de Vasconcelos viu o livro na biblioteca e ficou horrorizada com as "cenas de alcolismo, violência e sexo". Detalhe: o livro foi distribuído pelo MEC com a indicação de ser lido por jovens acima de 16 anos.
É impressionante o preconceito contra os quadrinhos. A diretora foi incapaz de ler a obra. Só deu uma passada de olhos nos desenhos e ficou horrorizada. Se lesse, descobriria que é uma obra sensível, que mostra a vida dura dos judeus nos cortiços de Nova York.
Minha sugestão para o pessoal de quadrinhos é começar a patrulhar as bibliotecas do estado de São Paulo em busca de obras literárias inadequadas. Dom Casmurro, por exemplo, tem traição e tentativa de infanticídio. A Bíblia tem sexo e violência à vontade, além de incentivar a escravidão. Pelos critérios da diretora e da imprensa paulista, livros como esse não poderiam ficar em bibliotecas, à disposição de crianças, não é verdade? Então é só patrulhar as bibliotecas e começar a mandar releases para a Globo e para a Folha de São Paulo. Se eu morasse em São Paulo, é o que eu faria.
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