sexta-feira, março 19, 2010

Ágora


Assisti Ágora, filme de Alejandro Amenábar. É um belíssimo filme sobre a filósofa Hipátia, uma das mentes mais brilhantes de sua época e que acabou morrendo nas mãos dos cristãos depois de ter sido torturada e humilhada por eles. 
A película permite uma reflexão sobre vários assuntos e torna-se, desde já, grande candidato a ser exibido em aulas de história e filosofia, à semelhança de O nome da Rosa. 
Além das questões filosóficas levantadas no filme (curioso ver os filósofos discutindo o sistema de Ptolomeu em que os planetas tinham uma órbita em torno da terra e uma outra órbita em torno de si mesmos), há as questões teológicas e históricas. 
Os cristãos daquela época eram o equivalente hoje dos fanáticos islâmicos. A destruição da Biblioteca de Alexandria pelos cristãos foi um crime contra humanidade equivalente ou até maior que a destruição do World Trade Center. Em termos culturais, maior, pois muito do conhecimento acumulado à época se perdeu. 
O curioso é que isso foi feito por seguidores de Jesus, que dizia: "Ama a teu próximo como a ti mesmo". Não há nada nos ensinamentos de Jesus que mande escarnecer da crença alheia, ou matarm alguém, ou destruir bibliotecas, mesmo assim tudo isso foi feito em nome de Jesus. 
Ou seja: parece que a humanidade não estava preparada para uma mensagem de paz e interpretou tudo errado. O que era para ser misericórdia virou intolerância, o que era para ser paz virou guerra. Tanto que, quando o paganismo foi varrido do império romano, os cristãos se voltaram contra si mesmos, com a igreja perseguindo os cristãos que não seguiam sua visão de mundo. 
Claro, o cristianismo gerou grandes pensadores, como Santo Agostinho, São Tomás Aquino e Guilherme de Ockan, mas nem isso impediu que a bárbarie tomasse conta. Vide a Santa Inquisição. 


1 comentário:

Lelli Ramz disse...

Nunca gostei tanto de uma indicação.. preciso mesmo.. ver


tomra q seja tão bom quanto seu post...

bjinhus

Lelli