quinta-feira, setembro 30, 2010
Os vencedores do HQ Mix
Já saiu o resultado do HQ Mix, um dos mais importantes prêmios dos quadrinhos nacionais. O grande vencedor foi o álbum MSP50, em homenagem ao Maurício de Sousa, que ganhou em várias categorias. Aliás, o troféu também é uma homenagem ao Maurício, pois reproduz o personagem Astronauta.
Abaixo, os ganhadores:
Adaptação para os quadrinhos: Jubiabá - Spacca, Quadrinhos na CIA
Adaptação para outro veículo: Los Três Amigos - Daniel Messias, Estúdio Iéio
Articulista: Sérgio Codespoti - UniversoHQ
Caricaturista: Fernandes
Cartunista: Airon
Chargista: Angeli
Desenhista Estrangeiro: Craig Thompson - Retalhos, Quadrinhos na Cia
Desenhista Nacional: Marcelo Quintanilha - Sábado dos Meus Amores, Conrad
Desenhista Revelação: Gustavo Duarte
Destaque Internacional: Ivan Reis
Edição Especial Estrangeira: Gênesis - Robert Crumb, Conrad
Edição Especial Nacional: MSP50 – Mauricio de Sousa por 50 Artistas - Maurício de Sousa, Panini
Editora do Ano: Cia. das Letras
Evento: 6º Festival Internacional de Quadrinhos de BH- FIQ! - Casa 21
Exposição: Batman 70 anos - Ivan Freitas da Costa
Grande Contribuição: ProAc –Programa de Ação Cultural do governo de SP- quadrinhos
Grande Mestre: Laerte
Homenagem Especial: Art & Comics - Hélcio de Carvalho e Joe Prado
Homenagem Especial: Maria Ivete Araújo (Zetti) – 30 anos no Salão Int. de Humor de Piracicaba
Ilustrador Nacional: Samuel Casal
Livro Teórico: Leitura dos Quadrinhos - Paulo Ramos, Editora Contexto
Mídia sobre Quadrinhos: Universo HQ - Sidney Gusman e equipe
Projeto Editorial: MSP50 – Maurício de Sousa por 50 Artistas - Mauricio de Sousa, Panini
Publicação de Aventura/Terror/Ficção: J. Kendall – As Aventuras de uma Criminóloga - Mythos
Publicação de Caricaturas: 50 Razões para Rir - Toni D'Agostinho, Editora Noovha América
Publicação de Cartuns: Sem Palavras - Samuca, independente
Publicação de Charges: Salão de Humor da Anistia, Senado Federal
Publicação de Clássico: Peanuts Completo: 1950 a 1952 - Charles M. Schulz, L&PM
Publicação de Humor: É Tudo Mais ou Menos Verdade – Jornalismo investigativo, tendencioso e ficcional - Allan Sieber, Desiderata
Publicação de Tiras: Níquel Náusea – Um Tigre, Dois Tigres, Três Tigres - Fernando Gonsales, Devir
Publicação Erótica: Verão Índio - Milo Manara, Conrad
Publicação Independente de Autor: Nanquim Descartável - Daniel Esteves, Quarto Mundo
Publicação Independente de Grupo: Café Espacial - Sergio Chaves e Lídia Basoli, Quarto Mundo
Publicação Independente Edição Única (one-shot): Có! - Gustavo Duarte, independente
Publicação Infantil/Juvenil: Turma da Mônica Jovem - Maurício de Sousa, Panini
Publicação Mix: MSP50 – Mauricio de Sousa por 50 Artistas - Mauricio de Sousa, Panini
Roteirista Estrangeiro: Chris Ware - Jimmy Corrigan, o Menino mais Esperto do Mundo, Quadrinhos na CIA
Roteirista Nacional: André Diniz - 7 Vidas, Conrad, Ato 5, independente
Roteirista Revelação: Alex Mir - Tempestade Cerebral, Quarto Mundo,
Salão e Festival: Festival Internacional de Humor do Rio de Janeiro
Tira Nacional: Malvados - André Dahmer, Desiderata
Tese de Mestrado: Mariana Vaitiekunas Pizarro - Histórias em quadrinhos e o ensino de ciências nas séries iniciais: estabelecendo relações para o ensino de conteúdos curriculares procedimentais
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC): Adriano Di Benedetto - As Histórias em quadrinhos e o cinema: as artes irmãs
Web Quadrinhos: Dinamite & Raio Laser - Samuel Fonseca
Abaixo, os ganhadores:
Adaptação para os quadrinhos: Jubiabá - Spacca, Quadrinhos na CIA
Adaptação para outro veículo: Los Três Amigos - Daniel Messias, Estúdio Iéio
Articulista: Sérgio Codespoti - UniversoHQ
Caricaturista: Fernandes
Cartunista: Airon
Chargista: Angeli
Desenhista Estrangeiro: Craig Thompson - Retalhos, Quadrinhos na Cia
Desenhista Nacional: Marcelo Quintanilha - Sábado dos Meus Amores, Conrad
Desenhista Revelação: Gustavo Duarte
Destaque Internacional: Ivan Reis
Edição Especial Estrangeira: Gênesis - Robert Crumb, Conrad
Edição Especial Nacional: MSP50 – Mauricio de Sousa por 50 Artistas - Maurício de Sousa, Panini
Editora do Ano: Cia. das Letras
Evento: 6º Festival Internacional de Quadrinhos de BH- FIQ! - Casa 21
Exposição: Batman 70 anos - Ivan Freitas da Costa
Grande Contribuição: ProAc –Programa de Ação Cultural do governo de SP- quadrinhos
Grande Mestre: Laerte
Homenagem Especial: Art & Comics - Hélcio de Carvalho e Joe Prado
Homenagem Especial: Maria Ivete Araújo (Zetti) – 30 anos no Salão Int. de Humor de Piracicaba
Ilustrador Nacional: Samuel Casal
Livro Teórico: Leitura dos Quadrinhos - Paulo Ramos, Editora Contexto
Mídia sobre Quadrinhos: Universo HQ - Sidney Gusman e equipe
Projeto Editorial: MSP50 – Maurício de Sousa por 50 Artistas - Mauricio de Sousa, Panini
Publicação de Aventura/Terror/Ficção: J. Kendall – As Aventuras de uma Criminóloga - Mythos
Publicação de Caricaturas: 50 Razões para Rir - Toni D'Agostinho, Editora Noovha América
Publicação de Cartuns: Sem Palavras - Samuca, independente
Publicação de Charges: Salão de Humor da Anistia, Senado Federal
Publicação de Clássico: Peanuts Completo: 1950 a 1952 - Charles M. Schulz, L&PM
Publicação de Humor: É Tudo Mais ou Menos Verdade – Jornalismo investigativo, tendencioso e ficcional - Allan Sieber, Desiderata
Publicação de Tiras: Níquel Náusea – Um Tigre, Dois Tigres, Três Tigres - Fernando Gonsales, Devir
Publicação Erótica: Verão Índio - Milo Manara, Conrad
Publicação Independente de Autor: Nanquim Descartável - Daniel Esteves, Quarto Mundo
Publicação Independente de Grupo: Café Espacial - Sergio Chaves e Lídia Basoli, Quarto Mundo
Publicação Independente Edição Única (one-shot): Có! - Gustavo Duarte, independente
Publicação Infantil/Juvenil: Turma da Mônica Jovem - Maurício de Sousa, Panini
Publicação Mix: MSP50 – Mauricio de Sousa por 50 Artistas - Mauricio de Sousa, Panini
Roteirista Estrangeiro: Chris Ware - Jimmy Corrigan, o Menino mais Esperto do Mundo, Quadrinhos na CIA
Roteirista Nacional: André Diniz - 7 Vidas, Conrad, Ato 5, independente
Roteirista Revelação: Alex Mir - Tempestade Cerebral, Quarto Mundo,
Salão e Festival: Festival Internacional de Humor do Rio de Janeiro
Tira Nacional: Malvados - André Dahmer, Desiderata
Tese de Mestrado: Mariana Vaitiekunas Pizarro - Histórias em quadrinhos e o ensino de ciências nas séries iniciais: estabelecendo relações para o ensino de conteúdos curriculares procedimentais
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC): Adriano Di Benedetto - As Histórias em quadrinhos e o cinema: as artes irmãs
Web Quadrinhos: Dinamite & Raio Laser - Samuel Fonseca
quarta-feira, setembro 29, 2010
terça-feira, setembro 28, 2010
segunda-feira, setembro 27, 2010
Heróis sem superpoderes saem às ruas nas horas vagas para fazer o bem
Vigilantes como Thanatos e Dark Guardian ganharam destaque no ano passado, quando o fotógrafo norte-americano Peter Tangen leu sobre eles em uma revista.
Acostumado a fotografar para pôsteres de filmes como "Homem-Aranha" e "Batman Begins", Peter ficou surpreso ao saber que havia, fora do cinema, quem se vestisse para ajudar os outros.
"A necessidade do mundo por super-heróis motivou tanto os filmes quanto essas pessoas", sugere Peter, que montou o Real Life Super Hero Project (bit.ly/rlshero), com fotos desses vigilantes. Leia mais
Acostumado a fotografar para pôsteres de filmes como "Homem-Aranha" e "Batman Begins", Peter ficou surpreso ao saber que havia, fora do cinema, quem se vestisse para ajudar os outros.
"A necessidade do mundo por super-heróis motivou tanto os filmes quanto essas pessoas", sugere Peter, que montou o Real Life Super Hero Project (bit.ly/rlshero), com fotos desses vigilantes. Leia mais
Capítulo novo no blog dos Exploradores
Tem capítulo novo no blog dos Exploradores do Desconhecido. Para acessar, clique aqui. Para quem não conhece, os Exploradores são uma série de ficção científica que tenta resgatar a magia das séries clássicas, como Flash Gordon e Perry Rhodan.
sábado, setembro 25, 2010
Cadê a urbanização que estava aqui?
Governo do Estado e Prefeitura estão fazendo a urbanização do bairro do Congós. Ou estavam. A obra já está parada há quase um mês. Quebraram o asfalto e abandonaram a obra. O resultado é uma verdadeira nuvem de poeira sempre que passa um carro, como dá para ver na foto. Sofrem todos: os moradores da área, com a poeira, e os motoristas, com os buracos.
Se isso não fosse o bastante, a obra não prevê uma única árvore na área. A parte que já foi feita, pelo menos, não tem uma única árvore.
Enquanto em todo o planeta, todos se preocupam com o aquecimento global, em Macapá os governos estadual e municipal não plantam árvores em espaços públicos, o que poderia aliviar o calor, pelo menos das pessoas que passam pela área.
Sem árvores, sem asfalto, só o que sobrou da urbanização a poeira.
Se isso não fosse o bastante, a obra não prevê uma única árvore na área. A parte que já foi feita, pelo menos, não tem uma única árvore.
Enquanto em todo o planeta, todos se preocupam com o aquecimento global, em Macapá os governos estadual e municipal não plantam árvores em espaços públicos, o que poderia aliviar o calor, pelo menos das pessoas que passam pela área.
Sem árvores, sem asfalto, só o que sobrou da urbanização a poeira.
Espiritismo e ciência
O fundador do espiritismo, Allan Kardec, era um educador famoso na época e influenciado por toda uma herança intelectual que vinha do iluminismo, em especial o filósofo francês Jean Jacques Rousseau, e tinha encontrado seu auge no positivismo de Augusto Conte.
Curioso, Kardec teve sua atenção despertada para o fenômeno das mesas girantes, sensação na época, em que mesas se elevavam no ar e respondiam às perguntas dos presentes com batidas no chão. Kardec analisou o fenômeno e percebeu que as respostas demonstravam inteligência e concluiu: “Se todo efeito tem uma causa, o efeito inteligente tem uma causa inteligente”. Portanto, as mesas girantes agiam sob orientação de espíritos inteligentes. A forma como demonstrou sua conclusão revela suas origens científicas. Desde os primeiros pesquisadores, a ciência tem procurado observar variáveis, identificando relações de causa e conseqüência.
Descartes dizia que a origem do conhecimento está na dúvida e Kardec vai aplicar essa máxima ao seu estudo e na estruturação da nova religião. Durante séculos, o conhecimento religioso foi visto como intocado, mas a ciência, segundo Kardec, havia saltado com pés juntos sobre os erros e preconceitos. “Neste século de emancipação intelectual e de liberdade de consciência, o direito e exame pertence a todo mundo, e as Escrituras não são mais a arca santa na qual ninguém ousa tocar os dedos sem o risco de ser fulminado”, escreveu ele no livro A Gênese.
Em sua análise, Kardec usou o que pregavam os cientistas da época, o método indutivo: “Não (se) colocou como hipótese nem a existência e intervenção dos Espíritos, nem o perispírito, nem a reencarnação, nem nenhum dos princípios da Doutrina; concluiu(se) dos Espíritos quando essa existência se deduziu, com evidência, da observação dos fatos; e assim os outros princípios. Não foram os fatos que vieram confirmar a a teoria, mas a teoria que veio, subseqüentemente, explicar e resumir os fatos”, afirmou ele em A Gênese.
O método indutivo, em que se estuda vários casos singulares, para só então chegar a uma conclusão universal, foi posteriormente criticado por Karl Popper, mas na época de Kardec era o que havia de mais avançado no método científico. Tivesse vivido algumas décadas mais tarde, o criador do espiritismo provavelmente teoria usado o método hipotético-dedutivo de Popper, em que o cientista cria uma teoria e depois a testa em confronto com os fatos, procurando não confirmá-la, mas falseá-la.
Com o desenvolvimento da mediunidade, passou-se a estudar não só o fenômeno das mesas girantes, mas também a psicografia e os médiuns que incoporavam espíritos. Kardec levava, então, para as sessões, perguntas metodologicamente preparadas, com um encadeamento de assuntos. O resultado ele analisava, comparava, destacava as incoerências, e não simplesmente acreditava no que era dito. Nesse sentido, sua técnica lembra muito o primeiro princípio de Descartes segundo o qual não se deve aceitar como verdadeira uma coisa que não se conhecesse evidentemente como tal.
À indagação sobre o porquê da existência de encarnações sucessivas, a obra kardecista responde que o objetivo é a evolução espiritual. Depois de sucessivas encarnações, a alma iria avançando como uma criança que passa de uma série a outra na escola. A resposta tem sinais claros de influência da teoria da evolução de Charles Darwin. Enquanto a maioria das religiões da época combatiam ferozmente Darwin, Kardec o usava como referência para explicar sua doutrina.
A importância das descobertas e métodos científicos para a nova doutrina ficam expostos no livro O Céu e o Inferno:“O que falta (à religião) neste século de positivismo, em que se procura compreender antes de crer é, sem dúvida, a sanção de suas doutrinas por fatos positivos, assim como a concordância das mesmas com os dados positivos da Ciência. Dizendo ela ser branco o que os fatos dizem ser negro, é preciso optar entre a evidência e a fé cega”.
Em oposição à fé cega, Kardec propõe aos adeptos do espiritismo a fé raciocinada, em que se deve sempre questionar, comparando a doutrina com os fatos e a lógica.
Se, no seu surgimento, o espiritismo bebe nas fontes do racionalismo cartesiano, do física newtoniana, do positivismo de Conte, nada impede que hoje ele beba em outras fontes, igualmente científicas, como a teoria do caos, a física quântica e a teoria da complexidade.
sexta-feira, setembro 24, 2010
Dia mundial sem carro em Macapá
Recebi do amigo Alexandre Brito:
Caros e caras,
Amanha, sábado 25, estaremos realizando uma bicicleata, com
concentração a partir das 15h, no Monumento do Marco Zero do Equador e
Chegada no parque do forte onde faremos um pique-nique em comemoração
ao Dia Mundial Sem Carro e pedindo a construção de ciclovias na
cidade.
Esperamos poder contar com sua presença (e com a presença da sua
bicicleta também...rsrsrsrsrs) nessa ação importante para a construção
de um transito mais seguro em nossa capital. Apareca e nos ajude a
divulgar a boa nova.
Contatos
Alexandre Jordao – 9138 33 37
Blog – www.euqueroumaciclovia. blogspot.com
Ps: Tomara que o próximo governante olhe um pouco mais para essa questão das ciclovias!
Caros e caras,
Amanha, sábado 25, estaremos realizando uma bicicleata, com
concentração a partir das 15h, no Monumento do Marco Zero do Equador e
Chegada no parque do forte onde faremos um pique-nique em comemoração
ao Dia Mundial Sem Carro e pedindo a construção de ciclovias na
cidade.
Esperamos poder contar com sua presença (e com a presença da sua
bicicleta também...rsrsrsrsrs) nessa ação importante para a construção
de um transito mais seguro em nossa capital. Apareca e nos ajude a
divulgar a boa nova.
Contatos
Alexandre Jordao – 9138 33 37
Blog – www.euqueroumaciclovia.
Ps: Tomara que o próximo governante olhe um pouco mais para essa questão das ciclovias!
Lugar bonito ou lugar feio?
Tem candidato aí dizendo que devemos votar nele porque ele fez os "lugares bonitos". Eu moro perto de um e posso dizer: isso não é razão para votar em ninguém. De local calmo que era, a região se tornou foco de música alta, com aparelhagens de som e muita muvuca. A música alta chama os vendedores de bebidas alcóolicas (e, dizem, de drogas) e as bebidas chamam os malacos. Ou seja: o local virou um verdadeiro inferno, com aumento da violência, perturbação do sossego e muito, muito lixo no dia seguinte, sem falar nos assaltos, que se multiplicaram. Quem mora por aqui, se quiser ter um pouco de paz no final de semana, precisa sair de casa.
Resumindo: o chamado "lugar bonito" piorou a vida dos cidadãos de bem e facilitou a vida dos malacos. No lugar bonito do Buritizal já teve até briga de gangues, com direito a tiros.
quinta-feira, setembro 23, 2010
Making of do Astronauta
Há algum tempo o amigo JJ Marreiro me mandou algumas imagens para que usasse em uma postagem sobre os bastidores da criação de nossa história do Astronauta para o álbum MSP+50. Na correria da Bienal, acabei não fazendo o post, mas corrijo esse lapso agora.
Ao começarmos a discutir nossa história, concluimos que o ideal seria algo que remetesse aos clássicos da FC, tanto nos quadrinhos quanto na literatura pop, quanto nos seriados. Assim, nosso Astronauta deveria ser uma mistura de Perry Rhodan, Jornada nas Estrelas e Flash Gordon. Abaixo, alguns dos estudos do JJ para o visual da hístória:
O JJ começou pelas armas. Embora o visual estivesse legal, eu pedi que ele não usasse uma arma, pois ela não se encaixaria no personagem criado pelo Maurício.
O visual da nave passou por várias versões, mas acabou sendo definido como uma homenagem às naves da série alemã Perry Rhodan, do qual sou fã.
Foram feitas três versões do roteiro (chamadas de tratamento). Numa das primeiras versões, o herói chegava a um planeta que mostrava uma versão alienígena dos principais personagens da Turma da Mônica. As tiras abaixo são dessa primeira versão.
Ao começarmos a discutir nossa história, concluimos que o ideal seria algo que remetesse aos clássicos da FC, tanto nos quadrinhos quanto na literatura pop, quanto nos seriados. Assim, nosso Astronauta deveria ser uma mistura de Perry Rhodan, Jornada nas Estrelas e Flash Gordon. Abaixo, alguns dos estudos do JJ para o visual da hístória:
O JJ começou pelas armas. Embora o visual estivesse legal, eu pedi que ele não usasse uma arma, pois ela não se encaixaria no personagem criado pelo Maurício.
O visual da nave passou por várias versões, mas acabou sendo definido como uma homenagem às naves da série alemã Perry Rhodan, do qual sou fã.
Foram feitas três versões do roteiro (chamadas de tratamento). Numa das primeiras versões, o herói chegava a um planeta que mostrava uma versão alienígena dos principais personagens da Turma da Mônica. As tiras abaixo são dessa primeira versão.
quarta-feira, setembro 22, 2010
O Twitter e o debate
Ontem aconteceu, no auditório do CEAP, o debate com os candidatos ao Governo do Estado. E algo que chamou atenção foi a quantidade de pessoas com celulares e notebooks, tuitando sobre o evento. Dizem que o candidato Genival (PSTU) chegou a entrar até nos TTs nacionais (os assuntos mais dicutidos do Twitter). De certa forma, era como se estivesse ocorrendo um outro debate, esse cibernético. Eu, claro, estava lá, comentando o debate. Para quem quiser me adicionar no Twiter, é só clicar aqui.
terça-feira, setembro 21, 2010
Reuniões
Uma verdadeira praga que assola as empresas brasileiras é o excesso ou uso equivocado de reuniões. Um estudo recente mostrou que os executivos brasileiros gastam até 40% do tempo participando de reuniões, a maioria delas improdutiva.
Para começar, reuniões não podem demorar mais de uma hora. Depois desse tempo, a maioria dos presentes simplesmente se desliga ou desconcentra.
Reuniões de brainstorm, por serem mais descontraídas, podem demorar mais, mas mesmo elas não podem se estender muito. O publicitário Walter Longo tem uma frase interessante sobre o assunto: "Reunião de brainstorm é que nem motel: não resolveu em duas horas, volte para casa".
Um dos grandes problemas das reuniões intermináveis é alguns funcionários logo descobrem que não precisam fazer nada na empresa, desde que participem de reuniões. Assim, vemos um monte de funcionários que não fazem absolutamente nada, mas participam de todas as reuniões e têm um discurso vazio para cada uma delas. Ao ser questionado sobre sua solução sobre determinado assunto, ele solta um vago: "É necessário pensar muito sobre esse problema, essencial para a continuidade de nossa empresa e que deve ser solucionado imediatamente, senão..." e lá se vai 20 minutos disso. No final, ele parece competente, mas não contribuiu em nada para resolver a questão.
Abaixo, algumas dicas sobre como transformar reuniões em algo produtivo:
1) Reuniões normais não devem demorar mais do que uma hora. Para isso, vale tornar desconfortável a situação. Muitas empresas estão fazendo reuniões em pé. O cansaço das pernas faz com que as pessoas sejam mais objetivas.
2) Reuniões de brainstorn podem demorar mais e serem mais confortáveis, inclusive com os participantes sentando-se em sofás e pufs. Mas não podem demorar mais do que duas horas.
3) Não faça reuniões de informes. Para informes, existem outros mecanismos, como e-mails, jornal da empresa, etc. Se for necessário dar informes durante as reuniões, isso deve ser feito nos primeiros cinco minutos. Não dê informes e depois abra para discussão. Se é interessante para os presentes saberem que a empresa aumentou o seu lucro em 10% no ano anterior, com certeza não é interessante começar uma discussão filosófica sobre o significado da palavra lucro.
4) Faça uma pauta da reunião, com tempo para discussão de cada item. Isso evita que se passe um tempo muito longo num assunto menor e assuntos mais importantes possam ser melhor discutidos.
5) Limite o tempo de participação de cada pessoa. Se deixar aberto, muitos vão querer gastar 40 minutos dicutindo sexo dos anjos. Com um tempo limitado, as pessoas tendem a ser mais objetivas.
Para começar, reuniões não podem demorar mais de uma hora. Depois desse tempo, a maioria dos presentes simplesmente se desliga ou desconcentra.
Reuniões de brainstorm, por serem mais descontraídas, podem demorar mais, mas mesmo elas não podem se estender muito. O publicitário Walter Longo tem uma frase interessante sobre o assunto: "Reunião de brainstorm é que nem motel: não resolveu em duas horas, volte para casa".
Um dos grandes problemas das reuniões intermináveis é alguns funcionários logo descobrem que não precisam fazer nada na empresa, desde que participem de reuniões. Assim, vemos um monte de funcionários que não fazem absolutamente nada, mas participam de todas as reuniões e têm um discurso vazio para cada uma delas. Ao ser questionado sobre sua solução sobre determinado assunto, ele solta um vago: "É necessário pensar muito sobre esse problema, essencial para a continuidade de nossa empresa e que deve ser solucionado imediatamente, senão..." e lá se vai 20 minutos disso. No final, ele parece competente, mas não contribuiu em nada para resolver a questão.
Abaixo, algumas dicas sobre como transformar reuniões em algo produtivo:
1) Reuniões normais não devem demorar mais do que uma hora. Para isso, vale tornar desconfortável a situação. Muitas empresas estão fazendo reuniões em pé. O cansaço das pernas faz com que as pessoas sejam mais objetivas.
2) Reuniões de brainstorn podem demorar mais e serem mais confortáveis, inclusive com os participantes sentando-se em sofás e pufs. Mas não podem demorar mais do que duas horas.
3) Não faça reuniões de informes. Para informes, existem outros mecanismos, como e-mails, jornal da empresa, etc. Se for necessário dar informes durante as reuniões, isso deve ser feito nos primeiros cinco minutos. Não dê informes e depois abra para discussão. Se é interessante para os presentes saberem que a empresa aumentou o seu lucro em 10% no ano anterior, com certeza não é interessante começar uma discussão filosófica sobre o significado da palavra lucro.
4) Faça uma pauta da reunião, com tempo para discussão de cada item. Isso evita que se passe um tempo muito longo num assunto menor e assuntos mais importantes possam ser melhor discutidos.
5) Limite o tempo de participação de cada pessoa. Se deixar aberto, muitos vão querer gastar 40 minutos dicutindo sexo dos anjos. Com um tempo limitado, as pessoas tendem a ser mais objetivas.
segunda-feira, setembro 20, 2010
Pós-graduação em quadrinhos, cinema e publicidade irá usar e-book sobre roteiro
O Centro Educacional Opet, de Curitiba, está oferecendo um curso de pós-graduação Lato Sensu em Quadrinhos, illustração, cinema e publicidade. Um dos módulos, ministrado pelo mestre Lielson Zeni, será sobre roteiro e será usado como bibliografia básica, meu e-book Como escrever uma história em quadrinhos, disponibilizado no site da Virtual Books. Para saber mais informações sobre essa pós, clique aqui.
sábado, setembro 18, 2010
O prazer da leitura
A editora Abril está lançando uma coleção de clássicos da literatura que impressiona não só pelas obras escolhidas, mas pela qualidade gráfica: são volumes de capa dura, em pano, com um papel gostoso de pegar, que torna a leitura ainda mais agradável. Já tinha comprado alguns, mas, por causa de outras atividades, ainda não tinha pegado nenhum para ler. Mas não resisti ao volume de contos O homem que queria ser rei, de Kipling. Um ótimo livro, numa ótima encadernação, delícia de qualquer fã de literatura. Ah, a propaganda, que não passou no Amapá, tinha Patrícia Pillar como garota propaganda.
Editora amazônica procura autores para coletâneas
A editora Pop Verde está procurando autores para coletâneas cooperadas Terra da Magia (fantasia) e Visões do Futuro (ficção-científica). Ambas as antologias recebem trabalhos até 20 de dezembro e devem ser lançadas em fevereiro de 2011.
A editora surgiu com o objetivo de valorizar a cultura das regiões norte-nordeste numa perspectiva pop e, ao mesmo tempo, revelar novos talentos dessas regiões. A Pop Verde pretende misturar o velho com o novo, curupiras com ficção científica.
Terra da Magia será organizada pelo roteirista de quadrinhos e escritor Gian Danton. Gian Danton já ganhou diversos prêmios, entre eles o Ângelo Agostini de 2000 pela graphic novel Manticore. Recentemente ganhou em primeiro lugar o concurso de contos e crônicas da editora Geração. A capa da edição é de JJ Marreiro e Fernando Lima.
O texto de divulgação da coletânea diz: “Existe um mundo além de nossas percepções, Povoado por elfos, Sacis, bruxas, curupiras, mistérios... um mundo que pode estar em outra dimensão ou em um lugar afastado da terra, ou até mesmo ali, dentro daquele armário”. Esse livro pretende reunir textos ficcionais na linha de Senhor dos Anéis, Crônicas de Narnia e Harry Potter, mas com um toque regional.
Visões do Futuro será organizada por Jefferson Nunes, roteirista da revista Quadrinorte e colaborador de varias publicações da editora Escala. A capa será de Joe Bennett, desenhista da Liga da Justiça, e de Vinicius Silva e Siva, premiado estudante de design. O objetivo dessa coletânea é reunir contos de ficção científica, preferencialmente que se passem na Amazônia ou usem a sua mitologia.
Para maiores informações, é só acessar o blog da editora http://popverde.blogspot.com/ ou enviar as dúvidas para o e-mail popverde@gmail.com.
quinta-feira, setembro 16, 2010
Um cosplay é ruim quando...
Vi esse cosplay no Dia de RPG Macapá e só lembrei daquela sessão do site 100 grana: Um cosplay é ruim quando...
quarta-feira, setembro 15, 2010
terça-feira, setembro 14, 2010
sábado, setembro 11, 2010
E-book Monteiro Lobato vida e obra
Clique aqui para baixar o meu e-book Monteiro Lobato - vida e obra.
sexta-feira, setembro 10, 2010
Exploradores do Desconhecido
Tem tira nova no blog dos Exploradores do Desconhecido. Para ler, clique aqui.
Governador do Amapá é preso em operação da PF
Julia Baptista, do estadão.com.br
SÃO PAULO - O governador do Amapá, Pedro Paulo Dias (PP), e outras 17 pessoas foram presas na manhã desta sexta-feira, 10, em Macapá, durante Operação Mãos Limpas, deflagrada pela Polícia Federal, suspeitas de integrar uma quadrilha que desviava verba pública. O objetivo da operação é prender a organização criminosa composta por servidores públicos, agentes políticos e empresários, que praticava desvio de recursos públicos do Estado do Amapá e da União. Leia mais
quinta-feira, setembro 09, 2010
Dica de blog
Para estudantes e profissionais de Direito, uma ótima dica é o blog do Curso de Direito do CEAP. Para conhecer, clique aqui.
Livro Introdução à metodologia científica
O meu livro Introdução à Metodologia Científica está à venda nas livrarias Amapaense (Presidente Vargas) e Transa Amazônica (Pd. Júlio). O livro é voltado para quem está dando os primeiros passos na elaboração de trabalhos acadêmicos e se destaca pela linguagem simples. O preço é R$ 20,00.
terça-feira, setembro 07, 2010
A sociedade em rede
O desenvolvimento das mídias interativas modificou completamente a forma como as pessoas trabalham, compram e se divertem. Essa nova realidade foi batizada de "sociedade em rede" por Manuel Castells, em livro homônimo (Paz e Terra, 2007, 698 págs.).
Castells diz que trata-se de um conceito diretamente relacionado à globalização e à sociedade da informação, tendo como características a segmentação dos usuários por interesses, a convergência de mídias e padrões cognitivos, o fim das separações, a cultura da virtualidade real e a estratificação dos usuários.
Durante milênios, o tecido social era construído através da proximidade física. Os amigos eram parentes e vizinhos. A identidade das pessoas também era construída geograficamente: a nacionalidade, o local de nascimento. Era uma identidade imposta, já que ninguém escolhe onde vai nascer. A era da informação permitiu e estimulou a união de pessoas por interesses em comum, independentemente de estarem próximas. Os sites de relacionamento, como Orkut e Twitter, são exemplos dessa nova realidade: pessoas que nunca se viram podem se tornar amigos e compartilhar sua intimidade.
Num mundo cada vez mais dominado pelos computadores, os amigos virtuais se tornaram tão importantes quanto os amigos presenciais. E o status das páginas sociais dos jornais foi substituído pela busca de mais e mais amigos nas redes de relacionamento, a ponto de surgir um paradoxo, como o de indivíduos que usam todos os mecanismos para conseguir seguidores no Twitter, mas não têm nada a dizer.
Se as novas tecnologias permitem uma ampliação das relações, por outro lado, ela privilegia laços fracos, um equivalente cibernético daquilo que Desmond Morris, no livro O macaco nu, chamava de catar piolho: um comportamento social caracterizado pelo não aprofundamento das relações. A mesma facilidade para criar amizades existe para terminá-las. Basta um clique em "bloquear" e os melhores amigos do último ano se tornam meros desconhecidos.
O fim das separações e a convergência de mídias podem ser vistos como características semelhantes: na sociedade em rede, a diferença entre as coisas tende a se diluir. A casa, por exemplo, sempre foi vista como local de descanso. A rua era o local de diversão, a praça o local de encontro com os amigos, a empresa o local de trabalho, a mercearia o local de compras. Hoje essas separações se desvaneceram. Com cada vez mais pessoas trabalhando em casa, ela se tornou local de diversão, compras (vide o aumento das vendas pela internet) e até de encontro, que nem sempre acontece com os moradores da casa. Numa sociedade em que os relacionamentos são cada vez mais virtuais, até mesmo uma pessoa que mora sozinha pode encontrar seus amigos apenas abrindo o computador e entrando na internet.
Esse processo de dissipação das separações entre as coisas vai se estender até à questão cognitiva. Para as novas gerações, não existe mais distinção entre a educação e diversão, informação e humor. Dois programas atuais mostram bem essa situação: O CQC (Band) e Furo MTV. A ideia antiga, de que um jornalista deveria ser sério para fazer denúncias cai por terra com a popularidade de Rafinha Bastos, apresentando o quadro "Proteste Já" vestido de árvore ou presidiário. No Furo MTV, Dani Calabresa e Bento Ribeiro apresentam as principais notícias do dia ao mesmo tempo em que fazem comentários sarcásticos e infernizam a vida um do outro. O programa, que seria uma aberração na década de 1950, tem alcançado cada vez mais público, especialmente entre os jovens.
Da mesma forma que não distingue o divertido do sério, a nova geração usa as novas mídias de maneira cada vez mais integrada. Está se tornando cada vez mais comum ver jovens assistindo televisão com o notebook no colo, comentando os programas no Twitter ou pesquisando informações no Google. Muitos já nem usam a TV: assistem a tudo no computador, seja no YouTube, seja baixando seus programas prediletos em sites especializados. A indústria, claro, tem se esforçado para aproveitar essa convergência de mídias. Já existem notebooks que pegam TV, celulares nos quais é possível jogar, mandar e-mails, entrar no Twitter, ler e-books... O lançamento do iPad da Apple, se insere exatamente nesse contexto, assim como o Google TV, um mecanismo de busca para ser usado na TV digital.
Outra característica importante da sociedade em rede é a cultura da virtualidade real. As novas gerações, acostumadas ao mundo cibernético, já não fazem diferença entre a realidade presencial e sua representação simbólica. Castells cita um exemplo anterior até à popularização da internet. Em 1992 a protagonista do seriado Murphy Brown resolveu ter um filho, mesmo sendo solteira. O conservador vice-presidente Dan Quayle achou que isso era uma má influência para as mulheres norte-americanas e fez questão de criticar publicamente a série. Os roteiristas não perderam tempo e colocaram, no episódio seguinte, Murphy Brown, personagem que dá nome à série, assistindo pela TV à entrevista do vice-presidente e criticando-o por estar se intrometendo na liberdade das mulheres. Isso gerou uma antipatia tão grande aos republicanos que foi um dos fatores pelos quais o presidente Bush (pai) não conseguiu se reeleger. Castells comenta que, no episódio, Quayle se transformou em um personagem de Brown. Da mesma forma, temos visto a quantidade de celebridades que fazem questão de aparecer nos Simpsons. É como se elas se tornassem reais ao aparecer no desenho.
Nessa sociedade em rede, até mesmo os protestos virtuais têm o mesmo valor dos presenciais. No texto "A nova queda da Bastilha" eu comento a hashtag #forasarney e como ela se tornou mais importante que os protestos geográficos contra o presidente do Senado.
Finalmente, a última característica da sociedade de rede é a estratificação dos usuários entre receptores e interagentes. Os receptores usam as novas mídias de forma passiva e massificada. Entram sempre nas mesmas páginas e não são capazes de usar a internet para descobrir novas versões sobre os fatos. Já os interagentes são críticos e usam bem as possibilidades dos novos meios, inclusive em termos políticos. Infelizmente, existem mais receptores do que interagentes.
A sociedade em rede, de Manuel Castells, é um livro básico para todos os que pretendem entender melhor o mundo em que estamos e o mundo que virá a partir do desenvolvimento das novas tecnologias de comunicação.
Texto publicado originalmente no Digestivo Cultural.
Castells diz que trata-se de um conceito diretamente relacionado à globalização e à sociedade da informação, tendo como características a segmentação dos usuários por interesses, a convergência de mídias e padrões cognitivos, o fim das separações, a cultura da virtualidade real e a estratificação dos usuários.
Durante milênios, o tecido social era construído através da proximidade física. Os amigos eram parentes e vizinhos. A identidade das pessoas também era construída geograficamente: a nacionalidade, o local de nascimento. Era uma identidade imposta, já que ninguém escolhe onde vai nascer. A era da informação permitiu e estimulou a união de pessoas por interesses em comum, independentemente de estarem próximas. Os sites de relacionamento, como Orkut e Twitter, são exemplos dessa nova realidade: pessoas que nunca se viram podem se tornar amigos e compartilhar sua intimidade.
Num mundo cada vez mais dominado pelos computadores, os amigos virtuais se tornaram tão importantes quanto os amigos presenciais. E o status das páginas sociais dos jornais foi substituído pela busca de mais e mais amigos nas redes de relacionamento, a ponto de surgir um paradoxo, como o de indivíduos que usam todos os mecanismos para conseguir seguidores no Twitter, mas não têm nada a dizer.
Se as novas tecnologias permitem uma ampliação das relações, por outro lado, ela privilegia laços fracos, um equivalente cibernético daquilo que Desmond Morris, no livro O macaco nu, chamava de catar piolho: um comportamento social caracterizado pelo não aprofundamento das relações. A mesma facilidade para criar amizades existe para terminá-las. Basta um clique em "bloquear" e os melhores amigos do último ano se tornam meros desconhecidos.
O fim das separações e a convergência de mídias podem ser vistos como características semelhantes: na sociedade em rede, a diferença entre as coisas tende a se diluir. A casa, por exemplo, sempre foi vista como local de descanso. A rua era o local de diversão, a praça o local de encontro com os amigos, a empresa o local de trabalho, a mercearia o local de compras. Hoje essas separações se desvaneceram. Com cada vez mais pessoas trabalhando em casa, ela se tornou local de diversão, compras (vide o aumento das vendas pela internet) e até de encontro, que nem sempre acontece com os moradores da casa. Numa sociedade em que os relacionamentos são cada vez mais virtuais, até mesmo uma pessoa que mora sozinha pode encontrar seus amigos apenas abrindo o computador e entrando na internet.
Esse processo de dissipação das separações entre as coisas vai se estender até à questão cognitiva. Para as novas gerações, não existe mais distinção entre a educação e diversão, informação e humor. Dois programas atuais mostram bem essa situação: O CQC (Band) e Furo MTV. A ideia antiga, de que um jornalista deveria ser sério para fazer denúncias cai por terra com a popularidade de Rafinha Bastos, apresentando o quadro "Proteste Já" vestido de árvore ou presidiário. No Furo MTV, Dani Calabresa e Bento Ribeiro apresentam as principais notícias do dia ao mesmo tempo em que fazem comentários sarcásticos e infernizam a vida um do outro. O programa, que seria uma aberração na década de 1950, tem alcançado cada vez mais público, especialmente entre os jovens.
Da mesma forma que não distingue o divertido do sério, a nova geração usa as novas mídias de maneira cada vez mais integrada. Está se tornando cada vez mais comum ver jovens assistindo televisão com o notebook no colo, comentando os programas no Twitter ou pesquisando informações no Google. Muitos já nem usam a TV: assistem a tudo no computador, seja no YouTube, seja baixando seus programas prediletos em sites especializados. A indústria, claro, tem se esforçado para aproveitar essa convergência de mídias. Já existem notebooks que pegam TV, celulares nos quais é possível jogar, mandar e-mails, entrar no Twitter, ler e-books... O lançamento do iPad da Apple, se insere exatamente nesse contexto, assim como o Google TV, um mecanismo de busca para ser usado na TV digital.
Outra característica importante da sociedade em rede é a cultura da virtualidade real. As novas gerações, acostumadas ao mundo cibernético, já não fazem diferença entre a realidade presencial e sua representação simbólica. Castells cita um exemplo anterior até à popularização da internet. Em 1992 a protagonista do seriado Murphy Brown resolveu ter um filho, mesmo sendo solteira. O conservador vice-presidente Dan Quayle achou que isso era uma má influência para as mulheres norte-americanas e fez questão de criticar publicamente a série. Os roteiristas não perderam tempo e colocaram, no episódio seguinte, Murphy Brown, personagem que dá nome à série, assistindo pela TV à entrevista do vice-presidente e criticando-o por estar se intrometendo na liberdade das mulheres. Isso gerou uma antipatia tão grande aos republicanos que foi um dos fatores pelos quais o presidente Bush (pai) não conseguiu se reeleger. Castells comenta que, no episódio, Quayle se transformou em um personagem de Brown. Da mesma forma, temos visto a quantidade de celebridades que fazem questão de aparecer nos Simpsons. É como se elas se tornassem reais ao aparecer no desenho.
Nessa sociedade em rede, até mesmo os protestos virtuais têm o mesmo valor dos presenciais. No texto "A nova queda da Bastilha" eu comento a hashtag #forasarney e como ela se tornou mais importante que os protestos geográficos contra o presidente do Senado.
Finalmente, a última característica da sociedade de rede é a estratificação dos usuários entre receptores e interagentes. Os receptores usam as novas mídias de forma passiva e massificada. Entram sempre nas mesmas páginas e não são capazes de usar a internet para descobrir novas versões sobre os fatos. Já os interagentes são críticos e usam bem as possibilidades dos novos meios, inclusive em termos políticos. Infelizmente, existem mais receptores do que interagentes.
A sociedade em rede, de Manuel Castells, é um livro básico para todos os que pretendem entender melhor o mundo em que estamos e o mundo que virá a partir do desenvolvimento das novas tecnologias de comunicação.
Texto publicado originalmente no Digestivo Cultural.
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