Maurício Muniz
Entre as décadas de 50 e 80 – época em que os quadrinhos eram ainda muito populares -, se você fosse pego lendo um livro às escondidas no meio de uma aula, provavelmente levaria uma bronca da professora. Mas, se fosse pego lendo uma história em quadrinhos, havia grandes chances de que, além da bronca, a revista fosse tomada de você e até rasgada e jogada no lixo na frente de todo o resto da sala. Até há alguns anos, a escola, definitivamente, não era lugar seguro para um gibi.
Em casa, também não era muito diferente. Uma das "histórias de terror" mais comuns entre leitores de quadrinhos do passado era a do garoto que chegava em casa após a escola e descobria que, numa faxina geral do seu quarto, a mãe jogara fora toda a sua coleção de "revistinhas". Obviamente, para essas mães, aquelas pilhas de papel colorido não tinham valor algum e só tomavam espaço desnecessário no quarto do filho. Na verdade, como muitas delas haviam passado uma infância sem muitos luxos, elas provavelmente não conseguiam entender qual seria a razão para gastar dinheiro com historinhas do Superman (que, um dia, já foi Super-Homem no Brasil), Hulk ou Turma da Mônica. Como perguntava a mãe de um amigo: "Pra que ficar gastando dinheiro com papel?".
Se você nasceu depois de 1990 (ou até depois de 1980), essas histórias podem parecer exageradas, afinal não poderia haver tanto preconceito assim contras as histórias em quadrinhos, certo?
Antes fosse apenas um exagero.
Antes fosse apenas um exagero.
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1 comentário:
Se hoje fosse como nesse tempo, eu e meu irmão seriamos expulsos de casa! Minha mãe até briga um pouco, dizendo q é pra doarmos e talz, q a gnt já leu e q n vamos ler de novo. Mas sei lá.. Eu pelo menos acabo criando um laço afetivo com as minhas coleções (e meu irmão tbm). Pior no colégio q já fui pega várias vezes lendo HQ's ao invés de ler o livro q o prof. mandava, e ficava desenhando tbm.
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