Uma coisa que tem me incomodado bastante é a mania dos jornalistas amapaenses de cobrarem melhorias (água, iluminação, conserto de pontes) em áreas de ressaca. Com a moda do tal jornalismo comunitário, todo dia se vê alguém na rua sendo entrevistado, cobrando essas melhorias. Em alguns casos, os jornalistas até voltam ao local para saber se as melhorias foram efetuadas.
É um exemplo claro da falta de compromisso ambiental do jornalismo.
Existe uma lei estadual que proibe a ocupação das áreas de ressaca. A razão para isso é simples: essas áreas são importantíssimas para a cidade: resfriam o clima, evitam enchentes, etc. Apesar de haver lei que proiba construções nessas áreas, o que vemos é mais e mais famílias construindo casas nessas regiões e, com isso, destruindo a vegetação locao (sem falar no lixo que é jogado na água). Segundo o Ministério Público, 90% das áreas de ressaca de Macapá já foram ocupadas. De acordo com o Promotor Haroldo Franco, Governo e Prefeitura têm feito cada veze melhorias nessas áreas, o que estimula mais e mais pessoas a se mudarem para as áreas de ressaca.O resultado está aí: um aumento geral do calor na cidade e logo teremos as enchentes.
Governo e prefeitura deveriam estar tirando as pessoas dessas áreas através de programas de habitação, e não promovendo melhorias, o que é contra a lei. Mas, mesmo assim, os jornalistas, dia a dia cobram essas melhorias e muitas vezes se colocam contra quem quer fazer cumprir a lei.
Dica: todo vez que veicular uma entrevista com um morador de área de ressaca cobrando melhorias, lembre que isso é ilegal e que o correto seria a retirada dessas famílias da área através de programas habitacionais.Afinal, jornalista também tem que ter responsabilidade ambiental.
PS: Para não dizerem que só critico, leia aqui um bom exemplo de matéria sobre as áreas de ressaca.
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