
Certa vez ele foi escolhido para participar de um longa do Pato Donald intitulado O Ouro do Pirata. O projeto não saiu do papel, mas mesmo assim Disney resolveu transformar o material em uma revista em quadrinhos e convidou Barks para fazer a adaptação. Foi um sucesso tão grande que a editora Dell-Western lhe ofereceu um emprego como quadrinista.
Barks estava, enfim, no seu elemento. Em 1947 ele criou o Tio Patinhas, baseado no personagem sovina do Conto de Natal, de Dickens. Criado para uma única história, ele agradou tanto que logo ganharia revista própria. Barks continou desenvolvendo a mitologia dos patos com a criação de outros personagens, como o inventor Professor Pardal e o sortudo Gastão.
Tio Patinha logo se tornou um personagem extremamente popular, graças quase que exclusivamente às histórias de Barks.
Segundo a enciclopédia Históira de los Comics, o que fazia de Barks um gênio não era sua criatividade ou seus desenhos, embora ambos fossem ótimos. O que o transformou em gênio foi a autenticidade dos mundos que criou. Essa autenticidade surgia tanto da experiência de vida quanto das pesquisas minuciosas que fazia para suas histórias.
Um exemplo de mundo criado é a vila quadrada, um local perdido nos Andes em que tudo era quadrado (até os ovos!) e as formas arredondadas eram proibidas.
As histórias de Barks embalaram a infância de milhões de crianças em todo o mundo. Quando ele parou de produzir, foi como se fosse criado um vácuo nos quadrinhos Disney. Hoje esses quadrinhos estão sendo cancelados em todo o mundo. No Brasil, a única revista que ainda vende bem é a luxuosa Clássicos Disney, que republica as histórias de Barks, e tem como públicos os adultos saudosistas de boas HQs.
Atualmente, o quadrinista Disney mais famoso é Don Rosa, um fã tão inveterado de Carl Barks que faz de todas suas HQs homenagens ao homem dos patos.
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