A matéria desta semana da Carta Capital revela as íntimas relações entre a revista Veja e o bicheiro Carlinhos Cachoeira (chamado por ela de "empresário de jogos").
Entre os vários fatos relatados na reportagem, dois chamam atenção e mostram como a revista servia aos interesses do bicheiro:
À certa altura, Cachoeira decidiu colocar o amigo Demóstenes Torres na mais alta corte do país, o Supremo Tribunal Federal, uma forma de se blindar contra processos a respeito de suas atividades criminosas. A pedido de Cachoeira, a Veja fez campanha para Demóstenes, publicando a entrevista "Só nos sobrou o Supremo". Detalhe: a entrevista é assinada pelo mesmo jornalista que tentou entrar escondido no quarto de José Dirceu em um hotel em Brasília.
Quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Satiagraha, cujos alvos eram os banqueiros Daniel Dantas e o megaespeculador Naji Nahas, a Veja, mais uma vez, a pedido de Cachoeira, publicou a denúncia de uma suposta gravação ilegal de uma conversa entre Demóstenes Torres e o ministro Gilmar Mendes. A gravação nunca apareceu, mas o delegado foi demitido e a operação desmontada.
Além de usar métodos jornalísticos altamente questionáveis, como invasão de domicílio, a revista nos últimos anos parece ter estado a serviço de um criminoso, que a usava para promover seus parceiros e apear do poder todos aqueles que o desagradavam ou não aceitavam entrar em seu esquema de corrupção.
Triste que a grande mídia tenha simplesmente se calado sobre esse escândalo.
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