Terminou ontem a 1a FLAP, Feira do Livro do Amapá. É um evento histórico de incentivo à leitura e uma iniciativa digna de aplausos, especialmente por conta do vale-livro. Uma cena que vi durante a feira mostra bem a importância desses vales. Uma família muito pobre, a mãe com vários filhos pequenos, entrou no stand da livraria Amapaense onde estava autografando. O menino mais velho, com o vale-livro na mão, escolheu o livro e levou, todo orgulhoso, para o caixa. Seus olhos brilhavam. Era provável que fosse a primeira vez que aquela família estivesse entrando em uma livraria. Ali talvez tenha surgido um futuro leitor.
Não existe educação sem leitura. Embora tenha tido alguns ótimos professores, 90% do que aprendi foi nos livros. Se não fosse a leitura, talvez não tivesse sido capaz nem mesmo de entender o que os professorres me ensinavam. Por isso iniciativas de estímulo à leitura são tão postivas: elas melhoram a educação como um todo e dão oportunidade de crescimento acadêmico e profissional para pessoas pobres.
É claro que essa iniciativa deve ser complementada por outras. A decisão do governador de criar um projeto de lei, institucionalizando a FLAP é uma mostra de que a feira não será algo pontual. Espera-se que ela seja complementada por projetos de leitura ao longo do ano, principalmente via Biblioteca Pública e escolas.
Ademais, é sempre bom ver o dinheiro dos contribuintes sendo investido no Amapá.
Houve uma época em que o orçamento da Secretaria de Cultura era quase que todo usado de forma a tirar esse dinheiro do estado. Exemplo disso foi a fortuna investida pelo Governo do Estado no carnaval carioca (com a justificativa de que isso ia trazer turistas para o estado, o que nunca aconteceu) ou o patrocínio dado a cineastas do sudeste virem filmar no Amapá. Aliás, a Feira custou 300 mil reais, um terço do que foi pago para que Tizuka Yamasaki viesse filmar uma única cena no estado. Vale mais a pena investir esse dinheiro na melhoria do nível de leitura dos amapaenses, não vale?
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