O crítico de cinema Luiz Carlos Merten escreve, no livro ‘Cinema – Entre a Realidade e o Artifício’,que ‘Rebelião’, filme de 1967 dirigido por Masaki Kobayashi, é o maior filme feito em qualquer época no Japão.
Não é sem razão. Kobayashi consegue lembra o melhor de Kurosawa, mas mistura com várias outras referências.
A trama gira em torno de um vassalo de um senhor feudal que é obrigado pelo seu senhor a aceitar a ex-esposa do senhor como esposa de seu filho. A família faz de tudo para que o matrimônio não se realize, mas diante da ordem direta do senhor, acabam cedendo. Mas o novo casal acaba se apaixonando e, quando isso acontece, o senhor feuldal pede a moça de volta. Pai, filho e esposa resolvem confrontar as ordens e inicia-se uma trama envolvente, em que toda a família pode perecer.
O cinema japonês é lento, com longos planos. Kobayashi é um japonês único: sua edição é rápida e os planos não convencionais. A câmera se move o tempo todo, dando dramaticidade à cena. Tudo na história é usado para contar a história, inclusive a iluminação não realista. Na cena em que a moça deve decidir se volta ou não para seu senhor, a sombra das árvores na parede de papel cria um mosaico disforme, revelando sua angústia anterior e lembrando em muito o expressionismo alemão.
Rebelião é um filme para ver e rever.
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