Ontem tivemos uma rua de lazer aqui na rua. Em qualquer lugar do Brasil, rua de lazer é uma oportunidade de esportes, cultura, jogos, brincadeiras com as crianças, leitura, contação de histórias. Minha esposa chegou até mesmo a contribuir, achando que era algo assim e até pesquisou aqui procurando jogos de dama e xadrez para as crianças. No final, a tal rua de lazer era apenas uma aparelhagem, muita música alta e cerveja. Minha irmã fez o aniversário da minha sobrinha aqui e os convidados nem mesmo podiam conversar entre si.
Moro há quinze anos e já tentei todos os métodos legais. Já cansei de chamar a polícia ambiental, que nunca vem e quando vem, pede desculpas e pergunta se pode baixar o volume. Já fui no Ministério Público, já fui na polícia. Já mudei de casa, já mudei de bairro. Tudo que consegui foram várias ameaças e o parabrisa do meu carro quebrado por um vizinho que não gostou de eu tê-lo denunciado. A situação não chegaria a isso se não houvesse uma conivência de grande parte da população e principalmente das autoridades.
Sabe-se que políticos eleitos são aqueles favoráveis a essa situação ou, no mínimo, omissos. São quinze anos tentando e nada. Sinto-me refém dos bandidos bregueiros. Refém em minha própria casa. O que me resta é reclamar, na esperança, cada vez mais vã, de que um dia as pessoas se conscientizem e tentem mudar essa situação e eu deixe de ser uma voz no deserto. Mas sempre que reclamo sou visto como o traidor, a pessoa que não gosta de onde mora, como chato, preconceituoso e rabugento. Para os bregueiros eu sou apenas um chato que deveria se acotumar que as coisas são assim mesmo e nunca vão mudar.
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