sexta-feira, setembro 25, 2015

O uivo da Górgona



Já chegamos a 10% da meta com apenas dois dias. Para apoiar o projeto, clique aqui: https://www.catarse.me/pt/gorgona?ref=explore

Pais são quem cria

São inumeráveis os casos de pais que simplesmente ignoram seus filhos. Durante anos observei um casal que deixava seus filhos na rua, sujos, sem qualquer assistência. Isso aconteceu com a menina e depois com o menino: assim que tinham idade para andar, eram soltos na rua e só voltavam para comer ou dormir. Para o Congresso, isso é família, pois é um homem e uma mulher e seus filhos. 
Por outro lado, a imensa multidão de mães que criam seus filhos sozinhas,de pais que criam seus filhos sozinhos, de tias que criam seus sobrinhos, de avós que criam seus netos, toda essa variedade não é considerada família pelos nossos digníssimos parlamentares (a maioria dos quais envolvidos em escabrosos escândalos de corrupção).
E a decisão de família tem impacto direto sobre direitos e políticas públicas. Até mesmo sobre aspectos como planos de saúde.
Parabéns deputados, que roubam com uma mão e com a outra comemoram mais essa proeza.

terça-feira, setembro 22, 2015

Promoção de lançamento do Uivo da Górgona

ATENÇÃO: amanhã entra no ar, no Catarse, a campanha de financiamento coletivo do Uivo da Górgona. Para isso vamos fazer uma promoção: os cinco primeiros que apoiarem vão ter 20% de desconto no livro. Então, fiquem atentos, ok?

domingo, setembro 20, 2015

E-book O uivo da Górgona

O uivo da górgona é uma história de zumbis diferente, em que um som estridente destrói o neocórtex e o complexo límbico das pessoas, transformando-as em seres irracionais, governados pelo complexo R. Além de uma história de horror é uma crítica ao processo, cada vez mais atual de massificação da humanidade. 
O livro está no site de financiamento coletivo Catarse (para quem não conhece, funciona como uma espécie de pré-venda, na qual a pessoa apoia e recebe diversas recompensas). Para acessar o projeto, clique aqui.
Clique aqui para baixar o e-book promocional e conhecer a história. 

quarta-feira, setembro 16, 2015

A margem negra

Em 1989 eu era estudante de comunicação na Universidade Federal do Pará e procurava material para um trabalho sobre história em quadrinhos. Iríamos apresentar um seminário sobre meios de comunicação e o professor responsabilizara meu grupo para falar sobre HQs. Isso seria impensável em qualquer época que não fosse o final dos anos 1980 e o início dos anos 1990. Antigamente por conta do enorme preconceito e atualmente porque os quadrinhos se tornaram um nicho, com baixas tiragens e vendas segmentadas. Mas na época todo mundo lia quadrinhos. Séries como V de Vingança eram lidas mensalmente e comentadas nos corredores da universidade da mesma forma como hoje se discute séries de grande impacto, como Guerra dos Tronos. 

Todo mundo estava falando de quadrinhos, mas precisávamos de algo diferente para a apresentação. Foi quando alguém me disse que no bloco de Artes, ao lado do nosso, havia um rapaz, Bené Nascimento, que trabalhava profissionalmente como desenhista, publicando em editoras de São Paulo. Um paraense fazendo quadrinhos era a novidade das novidades na época e fiz questão de entrevistá-lo. A entrevista, que deveria durar meia-hora, durou a tarde inteira (e os dois perdendo aula, claro) e, no final, um convite de Bené: que tal fazer um fanzine de quadrinhos? Assim surgiu "Crash!", o primeiro fanzine paraense dedicado exclusivamente aos quadrinhos.

Estávamos na produção do segundo número quando Bené chegou com os originais de uma belíssima história, toda arte-finalizada com pincel. Desenhada no estilo Hall Foster (autor do Príncipe Valente) a HQ mostrava um cavaleiro medieval livrando uma floresta de um demônio. 

- Gostou? - perguntou Bené. 

- Claro. 

- Quer colocar o texto? 

Aceitei na hora. "Floresta Negra" foi o primeiro roteiro que escrevi, um caminho bastante curioso, já que não era de fato um roteiro. Foi também o primeiro roteiro publicado, na saudosa revista Calafrio. 

A partir dali surgiu uma parceria que se estenderia por vários anos e mexeria com o jeito como se fazia quadrinhos de terror no Brasil. 

O quadrinho de terror ganhou grande força no Brasil na década de 1960, quando os gibis da editora EC Comics foram proibidos nos EUA. As revistas que publicavam essas histórias tinham grande público aqui e não havia mais material inédito. A solução foi recorrer aos quadrinistas brasileiros e assim surgiu a era de ouro do terror nacional. 

Mas a estrutura narrativa daquela época se tornou uma espécie de camisa de força para os artistas. Tirando alguns quadrinistas mais renomados mais renomados, como Mozart Couto, a maioria seguia os cânones do terror década de 60 que tinha inclusive algumas histórias básicas, como da pessoa má que apronta todas as malvadezas possíveis durante toda a HQ e no final os mortos voltam para se vingar. 

O quadrinho que fazíamos era bem diferente disso. Influenciados por séries como Sandman, Monstro do Pântano e Hellblazer (John Constantine) e autores como Alan Moore e Neil Gaiman, fazíamos um terror pesado. Bené caprichava nas vísceras e, da parte do roteiro, os personagens eram sempre perseguidos por traumas e pavores. Ou seja: era uma mistura de terror trash com horror psicológico. Em uma das histórias, por exemplo (uma adaptação do conto "O nariz", de Gógol), um personagem capaz de despertar os maiores medos das pessoas próximas entra num hospício e ocasiona um surto de pavores secretos. 

Essa abordagem visceral inicialmente não agradou os editores da época. A história "Puritano", por exemplo, está até hoje inédita: foi recusada por todos os editores da época, talvez por envolver questões religiosas. Uma das histórias, "Noir", só foi publicada porque a assistente de edição levou o original para o dono da editora e insistiu que saísse na revista. 

Mas com o tempo fomos ganhando público. Uma editora chegou até mesmo a encomendar uma revista com histórias nossas e de quadrinistas que tinham um estilo semelhante. Levamos semanas para conseguir reunir o material para fazer uma boneca (para que não é do meio editorial, boneca é uma prévia de como irá ficar a revista). Não aconteceu por causa da incapacidade de Bené de dizer não: um primo o visitou e pediu a boneca emprestada, levou para casa e... perdeu no ônibus! 

A maioria das revistas nas quais publicávamos eram vendidas ensacadas, o que nos criava um problema. Não havia o costume atual de indicar na capa as histórias e os autores, de modo que nunca sabíamos se a revista tinha história nossa ou não. Assim, tivemos a ideia de colocar uma margem negra nas páginas. Isso permitia pudéssemos perceber se havia histórias nossas sem nem mesmo abrir o volume. Inadvertidamente isso se tornou uma estratégia de marketing: os fãs da dupla passaram a também procurar as margens negras nas revistas. 

E Margem Negra é o título de um velho sonho nosso: um volume que republica todas as nossas histórias de terror, feitas no final dos anos 1980 e início dos 1990. 

A aliança PMDB-PSDB

Aécio agora vota com Eduardo Cunha. Cunha é poupados dos protestos. O MBL, que organiza os protestos surge como nova força política e já anuncia candidatos para o próximo ano. No Roda-viva, José Serrra declara que era impossível governar o Brasil sem o PMDB. 
Nitidamente está se formando uma coalização PMDB-PSDB-DEM-MBL visando o poder após a queda de Dilma, que certamente vai acontecer. 
Se a justiça decidir que outra pessoa assume no lugar de Dilma, os principais na linha de sucessão são do PMDB e a coazliação garantiria que essa pessoa iria até o final do mandato.
Por outro lado, se a justiça decidir que haverá novas eleições, surge uma chapa encabeçada pelo PSDB com vice do PMDB.
A coalização também garantiria que nenhum dos políticos desses partidos envolvidos nos recentes casos de corrupção seriam condenados em processos políticos, dando a impressão de que a corrupção acabou com a queda de Dilma..
Seja como for, ficam duas certezas: 1) Dilma caindo acabam os protestos, seja quem for que assuma; 2) a próxima eleição para presidente terá uma chapa PSDB-PMDB.

A oficialização da corrupção

Esta semana foi aprovada no congresso uma lei que praticamente oficializa a corrupção. Proposta por Democratas e aprovada com apoio do PMDB e do PSDB, ela cria a doação oculta e proibe a justiça de rastrear quem fez doações para candidatos em casos de suspeita de corrupção. O Revoltados On-line e o Movimento Brasil Livre, os dois grupos que organizam os protestos e dizem ser contra a corrupção, simplesmente silenciaram sobre o assunto. Nenhuma palavra. Na opinião de vocês, por que eles fizeram isso?