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Edgar não entendeu porque a mulher
estava fazendo aquilo. Ela corria e gritava, como se estivesse em uma crise
histérica.
Não demorou muito para que a
multidão a visse e ouvisse. Agora parecia um corpo compacto, um monstro que já
não se arrastava como antes, mas se movimentava rapidamente, como um animal de
rapina.
A mulher ficou lá parada, como que
hipnotizada.
No último momento pareceu entender
o que ia acontecer e tentou escapar. Mas já era tarde demais.
Um homem com um macacão azul
segurou seus cabelos. A mulher gritava e puxava desesperadamente, e quanto mais
fazia isso, mais firmes as mãos a agarravam. Então, num esforço supremo, ela
conseguiu se livrar, deixando um enorme tufo de cabelos nas mãos do outro. Mas
isso só serviu para aumentar a sua dor, pois nesse momento outro já havia
agarrado sua perna e outro o braço.
A horda a envolveu, como formigas
em volta de um doce. Edgar podia ver uma mão se esticando ou um pé, e ouvir os
gritos de desespero e dor. Tentou levantar-se, talvez no impulso de ajudá-la,
mas o homem negro o conteve com um gesto.
- Não faça barulho!
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