Depois dos comícios, os filmes eram a principal forma de
divulgação dos ideiais nazistas. Durante os 12 anos do regime, foram produzidos
1350 longa-metragens. Muitos eram comédias românticas, operetas e filmes de costumes, mas todos tinham algum
tipo de conteúdo ideológico, fosse num diálogio ou numa imagem sugestiva.
Desses, 96 foram produzidos diretamente pelo Ministério da Propaganda, criado
em 1933 e chefiado por Goebells.
Um dos primeiros exemplares dessas películas é O SA Brand
(de 1933), que conta a história de um menino pobre, membro da juventude
hitlerista e protegido de um SA. Vítima das batalhas entre nazistas e
comunistas, ele balbucia, antes de morrer: “Agora vou para o meu fuhrer”.
Um dos maiores sucessos do cinema nazista foi O jovem
hitlerista Quex. Quex é um rapaz alemão pobre. Ele é levado a um piquinique
comunista, mas se assusta com a libertinagem do ambiente. Enojado, ele ouve o
som de uma marcha militar e, extasiado, resolve descobrir de onde vem a música
e descobre um grupo nazista. Em casa, ele repete para a mãe a música, mas é
surpreendido pelo pai, um alcoolatra mal-carater, que surra o menino para
obrigá-lo a cantar a Internacional Comunista. Quem o protege da brutalidade do
pai e dos comunistas são seus amigos nazistas. O rapaz acaba perdendo a mãe,
mas o pai se regenera, deixa de beber e torna-se nazista. Finalmente, Quex é
assassinado por comunistas quando panfletava em um bairro pobre. Antes de
morrer, ele imagina uma multidão de rapazes uniformizados como membros da
juventude hitlerista.
Ele agoniza cantando o hino da juventude nazista, num
êxtase político.
Nos filmes nazistas da época, os alemães eram generosos e
lutam contra os brutos russos e os covardes ingleses. Aliás, um dos filmes,
sobre a Irlanda, diz que os ingleses colocam o povo local em campos de
concentração. Tudo aquilo que existia na Alemanha da época (tortura,
genocídios, perseguições políticas, campos de concentração) é mostrado como
sendo algo que está sendo feito pelo inimigo.
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