A Onda foi uma experiência realizada, em 1967, por um
professor de história em uma escola Palo Alto, nos EUA. Para demonstrar aos
alunos o clima que deu origem ao nazismo, o professor instituiu um movimento
chamado a Onda que tinha as mesma características do nazismo: uma saudação, um
slogan “Poder, disciplina, superioridade”, um símbolo gráfico (uma onda) e uma
estrita disciplina.
O professor Ross incentiva os alunos a adotarem a
disciplina que caracterizava os nazistas.
O resultado dessa arriscada experiência pedagógica foi um
movimento que saiu dos limites da sala de aula e do controle do professor. No
final, toda escola acaba envolvida com o fanatismo da Onda. Aqueles que não
aderem ao movimento são agredidos e segregados.
Um casal de estudantes percebe os
rumos que o movimento está tomando e alerta o professor, que convoca uma
reunião dos integrantes da Onda. Nela, ele mostra a figura de Hitler e diz que
aquele é o líder que eles seguiriam se continuassem naquele caminho e alerta
para o fato de que eles perderam o censo crítico ao aderir ao movimento: “Vocês
trocaram sua liberdade pelo luxo de se sentirem superiores. Todos vocês teriam
sido bons nazi-fascistas. Certamente iriam vestir uma farda, virar a cabeça e
permitir que seus amigos e vizinhos fossem perseguidos e destruídos. O fascismo
não é uma coisa que outras pessoas fizeram. Ele está aqui mesmo em todos nós.
Vocês perguntam: como que o povo alemão pode ficar impassível enquanto milhares
de inocentes seres humanos eram assassinados? Como alegar que não estavam
envolvidos. O que faz um povo renegar sua própria história? Pois é assim que a
história se repete. Vocês todos vão querer negar o que se passou em “A onda’. Nossa experiência foi um sucesso.
Terão ao menos aprendido que somos responsáveis pelos nossos atos. Vocês devem
se interrogar: o que fazer em vez de seguir cegamente um líder. E que pelo
resto de suas vidas nunca permitirão que a vontade de um grupo usurpe seus
direitos individuais. Como é difícil ter que suportar que tudo isso não passou
de uma grande vontade e de um sonho”, diz ele..
A experiência foi relatada em livro
e depois transformada em filme de 45 minutos, com formato reduzido para ser
adotado em escolas com o objetivo de discutir os riscos de sistemas
totalitários.
O interessante da experiência da Onda é que ela demonstrou
que o fanatismo do nazismo pode se reproduzir em qualquer lugar, mesmo em um
país democrático, desde unidos os elementos necessários (um líder carismático,
psicologia de massa, slogas, saudações etc).
A grande lição para quem assiste é que o fantasma do
nazismo está muito mais próximo de nós do que imaginamos.
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