29
O barulho lá fora já era como
algazarra infernal e indistinguível. Um barulho ensurdecedor de dezenas,
centenas de vozes. Então houve mais um estrondo.
- Entraram em outro apartamento. –
constatou Jonas.
- Aqui do lado. – completou Alan.
Os próximos seriam eles. Edgar não
sabia quanto tempo a barricada aguentaria.
Então começaram a forçar a porta
do apartamento. Ela cedeu alguns centímetros e se vergou, como se sofresse sob
o peso de dezenas de pessoas. O sofá resmungou contra a lajota barata e arredou
um pouco.
(vão entrar! Vão entrar!)
Voltaram a empurrar e o sofá
voltou a ranger. Jonas e Alan se aproximaram e o empurraram. Mas até eles
sabiam que isso seria inútil. Logo o compensado iria ceder e os zumbis
entrariam.
Foi quando aconteceu o estrondo.
Edgar sentiu o apartamento tremer.
A princípio achou que fosse um terremoto e imaginou o quanto seria temerário
estar dentro de um prédio como aquele durante um tremor de terra.
Mas então ouviu o barulho e
percebeu que era outra coisa. Tinha que ser outra coisa. Lá fora, as coisas
pareciam ter silenciado, como se o estrondo as tivesse assustado também.
O professor olhou para Jonas e
Alan. Seus olhares eram igualmente assustados, como se não compreendessem o que
tinha acontecido. Então houve outro estrondo, mais forte que o primeiro.
- Explosões. – concluiu Jonas.
Edgar acenou com a cabeça, em
concordância. Explosões. O que estará explodindo? Lá fora, as coisas voltaram a
fazer sua algazarra indecifrável, mas agora pareciam estar se distanciando.
- Vamos ver. – disse, levando a
menina no colo e indo na direção do quarto.
Sem comentários:
Enviar um comentário