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Zu olhou à volta, indecisa. De
fato, era impossível ter certeza de para onde tinha ido a galinha. Então viu o
saco de lixo aberto. Aqui e ali vermes saindo dele.
A mulher lembrou-se que Pimpinela
gostava daqueles vermes e provavelmente teria tido sua atenção despertada pelas
coisinhas se remexendo no asfalto. Era uma boa aposta.
Mas, alcançado aquele ponto, nem
sinal da galinha. Talvez ela tivesse virado na esquina, mas para que lado?
Direita ou esquerda? A resposta era pura intuição. Confiando em seu faro, Zu
virou à esquerda.
Ia andando devagar, o olhar baixo,
atenta tanto aos sons quanto aos movimentos. Duas esquinas depois viu uma
lixeira. De onde estava não era possível ver a galinha, mas sabia, ou sentia
que estava indo na direção certa.
- Pimpinela! – gritou.
A galinha surgiu de trás do
lixeiro. Mas, praticamente junto com ela, apareceu um zumbi na esquina.
Zulmira estancou. Agora não era
apenas um zumbi, mas vários. Vinham descendo a rua e a tinham visto.
Pimpinela descia a rua, apavorada
e não demoraria para ser capturada pelo grupo. A mulher já tinha visto uma
horda daquelas devorando um cachorro e sentiu calafrios.
- Pimpinela, pimpinela! – gritou,
indo na direção da galinácea e torcendo para que desse tempo.
O grupo já se tornara maior quando
a galinha finalmente a alcançou e pulou em seus braços. Os zumbis estavam
próximos, muito próximos. Urravam de ódio, os corpos desconjuntados naquela
dança caótica.
Zulmira beijou a galinha e correu.
Correu como nunca correra em sua vida. Correu e rezou.
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