Um dos argumentos do anti-semitismo é de que os judeus
foram responsáveis pela morte de Jesus e, em decorrência disso, devem sofrer. No
Novo testamento é dito que Pilatos trouxe Jesus para a frente da multidão de judeus, colocando-o
ao lado de um rebelde violento, Barrabás, e perguntou quem deveria ser solto. A
multidão gritou Barrabás. Pilatos ainda tenta argumentar em vários momentos, em
favor de Jesus, mas seu destino é selado pelos judeus. Ocorre que esse é o
episódio mais contestado do Novo Testamento. Em nenhum outro caso registrado um
procurador romano indagou ao povo sobre o que deveria fazer.
Os historiadores acreditam que os evangelistas procuraram
poupar Pilatos como forma de conquistar a confiança dos romanos. O objetivo da
seita, na época, era agradar aos romanos, como forma de difundir religião
cristã.
Como era necessário culpar alguém, a culpa recaiu sobre
os judeus.
A referência a Barrabás também tem raízes históricas. Ao
mostrar a escolha do povo por um rebelde, o evangelista Marcos estaria
criticando a opção do povo pela luta armada em vez da salvação pacífica
representada por Jesus. Segundo Marcos, ao escolher Barrabás, a multidão de
judeus teria dito: “Que o Seu sangue caia sobre nós e nossos filhos”. A frase,
sem muito sentido para uma multidão que havia acabado de fazer uma escolha, é
na verdade uma referência à revolta judaica contra os romanos, na qual morreram
um milhão de judeus. Para os cristãos, que não haviam se envolvido no conflito,
era como se Deus estivesse penalizando os israelitas.
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