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Zu acordou atônita. Tinha tido um
sonho estranho e aterrador. Se lhe perguntassem, não conseguiria se lembrar de
seu conteúdo. Mas sabia que havia algo errado. Algo terrível estava
acontecendo. Ao abrir os olhos, sentiu-se desorientada, sem saber onde estava e
foi só grande esforço que se lembrou da mansão, de Roberto, de tudo que
ocorrera até ali.
Olhou para o lado, preocupada. A
galinha tinha se empoleirado em cima do criado mudo, mas agora não estava mais
ali.
Zu levantou-se, esfregando os
olhos. Ainda estava com sono, mas não conseguiria voltar a dormir.
Ao sair no corredor, ouviu apenas
o silêncio. Nos outros quartos, os outros dormiam tranquilamente. Apenas do
dono da casa parecia não estar dormindo. Apenas Roberto e Sofia.
A menina, pensou, a menina!
A primeira coisa que Zu percebeu
ao descer, foi o som da televisão ligada.
Mas a sala estava vazia. Ela ficou
lá, parada, indecisa.
Quando deu dois passos na direção
ao banheiro social, pareceu vislumbrar algo, uma mancha negra na periferia de
seu olho. Ao firmar a vista, percebeu do que se tratava: era a galinha,
Pimpinela, entrando por uma porta.
Era exatamente a porta que Roberto
ordenara que ninguém entrasse.
Resoluta, ela desafiou a ordem. E
entrou.
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