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Edgar acordou com o grito. A casa
tinha isolamento acústico, de modo que o grito só podia vir de dentro. Era um
grito de mulher. Atordoado, ficou alguns instantes deitado, indeciso sobre se
levantava ou não, se o grito tinha sido real ou um sonho. Então veio um novo
grito, ainda mais forte e desesperado. Um grito feminino.
Assustado, levantou-se num átimo e
calçou o tênis. Quando chegou ao corredor, Jonas e Alan já estavam lá.
- Você ouviu? – perguntou Alan.
Edgar fez que sim com a cabeça.
- Parecia a voz da Zu. Veio lá de
baixo.
Desceram cuidadosamente as
escadas. Os instrumentos que haviam selecionado para se defenderem dos zumbis
haviam ficado na sala e cada um se armou com um deles.
Ficaram lá, parados, olhando um
para o outro, temendo falar, incapazes de tomar uma decisão, até que Jonas
apontasse para a porta que haviam sido proibidos de entrar.
- Está aberta. – disse.
Edgar foi na frente. A porta dava
para uma espécie de corredor ao final do qual uma espécie de sala se abria em
L. De onde estava, era impossível ver o que havia na sala, mas ele sabia que
havia pessoas ali pelas sombras na parede.
Olhou para trás, trocando um olhar
com Jonas para que fizesse silêncio e avançou.
Na parede, ao final do corredor,
facas dos mais variados tipos e tamanhos. Isso de alguma forma parecia um mau
agouro. Para que alguém precisaria de tantas facas?
Mas nada podia prepará-lo para o
que veria a seguir.
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