terça-feira, outubro 24, 2017

Carlos Zéfiro: o homem que quase destruiu a família brasileira


Na década de 70 Brasil o conservadoris­mo tomava conta do pais e até mesmo a Playboy era proibida de circular nas bancas (depois, quando foi liberada, não podia mostrar nus). Nessa época a única forma de se ter acesso ao tema sexo era através de revistinhas clandestinas, surgindas na década de 1950. Essas publicações eram chamadas de “catecismos” por ­que eram feitas no tamanho certo para serem colocadas dentro destes, já que a maioria dos garotos as comprava quando saía da missa.
Os catecismos eram assinados por Carlos Zéfiro. Não era um nome verdadeiro e ninguém sabia quem desenhava as histórias responsáveis pela educação se­xual de toda uma geração. Tam­bém, pudera.
Desde sua produção até a distribuição, os catecismos ti­nham todos os elementos de fil­mes de espionagem. Eles eram vendidos nas bancas dentro de outras revistas e com muito cui­dado, porque podia dar cana. 
O governo militar considerava que Zéfiro era um comunista perigoso, ligado ao plano comunista internacional para destruir a família brasileira. 
Os militares chegaram até Hélio Brandão, o responsável pela edição das revistas. Hélio jamais revelou que Carlos Zéfiro era o pacato funcionário do serviço de imigração do Mi­nistério do Trabalho, Alcides Caminha.
Renegado durante décadas, Zéfiro só ganhou notoriedade muito recentemente ao ser homenageado na capa do disco Barulhinho Bom, de Marisa Monte. 

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