Narcos chegou à terceira temporada com um desafio monstruoso: sobreviver à morte de Pablo Escobar. A interpretação de Wagner Moura foi tão marcante que parecia que ele estava carregando a série nas costas. Como continuar a série sem ele? Em especial porque os traficantes do Cartel de Cali não pareciam tão interessantes ou dúbios, exceto por Pacho Herrera, magistralmente interpretado por Alberto Ammann (a homossexualidade do personagem faz um contraponto à selvageria do personagem).
A série, no entanto, conseguiu desenvolver a trama e os personagens de maneira competente. E introduziu um novo personagem: Jorge Salcedo (Matias Varela). Chefe da segurança do Cartel de Cali, ele vive a dubiedade de não se considerar alguém mal e jamais ter matado alguém, mas trabalhar para um cartel de drogas. As melhores cenas de toda a temporada sem dúvida são com esse personagem.
Embora a direção seja segura, o roteiro (de Chris Brancato, criador da ´serie) foi fundamental para que esta temporada desse certo. Trabalhando o tempo todo com narrativas paralelas, a trama deixa o expectador sempre no fio da navalha, em especial nos capítulos finais.
Narcos é uma das melhores séries da atualidade e mostra a que nível chegou a influência do tráfico de drogas: até mesmo governos que dizem combater as drogas, na verdade estão ligados a ele. Em países da América Latina, senadores, ministros e até presidentes parecem comer nas mãos dos carteis de drogas.
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