Minas Gerais e em especial a cidade em que nasci, Lavras, sempre foi um local de experiências educacionais. Não sei exatamente o método que usaram comigo, mas aos oito anos eu já sabia ler e escrever perfeitamente (na época se entrava com sete anos na escola).
Quando fui para São Paulo, entrei em uma escola tradicional e descobri que não saiba o alfabeto (ou pelo menos aquela ordem de letras A,B,C etc).
A professora bateu a cabeça comigo, me forçando a decorar o alfabeto, que todos os meus colegas já sabiam de cor e salteado.
Mas nenhum dos meus colegas era capaz de ler palavras, quanto mais frases e muito menos escrever (nessa época eu já escrevia quadrinhos, decalcando imagens dos gibis da Turma da Mônica).
Inevitavelmente acabei decorando o alfabeto e vi alguma utilidade, por exemplo, para procurar algo que estivesse na ordem alfabética, como palavras em dicionários. Mas decorar o ABC nunca fez muita diferença na minha alfabetização.
Por isso desconfio de propostas pedagógicas focadas na memorização: nem todo mundo que decorou o alfabeto sabe ler, nem todo mundo que decorou a tabuada sabe resolver uma conta simples ou passar o troco.
Sem comentários:
Enviar um comentário