Parece o roteiro do blockbuster perfeito: um rei atraente é abençoado com uma força sobre-humana, mas sua arrogância insuportável pode ameaçar seu reinado. Entra em cena um viajante "pé no chão" que o desafia à luta. O rei termina a batalha humilhado, os dois se tornam amigos próximos e embarcam numa série de perigosas missões pelo reino.
Trata-se, no entanto, da Epopeia de Gilgamesh, esculpida em tábuas da antiga Babilônia há 4 mil anos, e que se tornou a obra literária mais antiga remanescente. Pode-se afirmar que a história foi bastante popular na época, visto que transcrições do poema podem ser encontradas ao longo do milênio seguinte.
O que impressiona é o fato de a epopeia ser lida e apreciada ainda hoje, e que muitos de seus elementos básicos - incluindo a calorosa relação entre os dois amigos - podem ser encontrados em várias histórias populares que surgiram depois.
Essas características em comum são o interesse principal de especialistas em "darwinismo literário", que se perguntam o que exatamente é uma boa história, e as razões evolutivas para certas narrativas - desde a Odisseia de Homero a Harry Potter - terem tanto apelo popular.
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