quinta-feira, agosto 16, 2018

Ecos humanos


Edgar Franco é autor de um universo ficcional transmídia que se passa na chamada pós-humanidade -quando a tecnologia modificou provocou enormes mudanças na humanidade. Uma das possibilidades de modificação está na engenharia genética, que permitiria, por exemplos, seres híbridos de humanos com animais.
Esse universo se espalhou por várias obras, a mais recente delas o álbum Ecos Humanos, escritos por Franco com desenhos de Eder Santos e lançado este ano pela editora Reverso.
A que primeira coisa que chama atenção na obra é a total ausência de diálogos ou textos. Isso dá um peso enorme à força narrativa das imagens. É uma aposta arriscada. Ou dá muito certo ou dá completamente errado. Em Ecos Humanos o acerto foi total, revelando uma sintonia fina da equipe. Segundo Edgar Franco, o roteiro foi produzido de forma escrita,mas à medida em que  Eder Santos produzia os lay outs, o roteirista fazia sugestões de mudanças.
Ecos Humanos conta a história de dois seres híbridos de homens e lobos-guará. Eles vivem no meio do deserto, em um oásis no qual se encontram três árvores e uma fonte. Alimentam-se dos frutos das árvores e dos animais que ali pousam, enfrentando, de tempos em tempos, perigosas tempestades de areia.
A obra é uma verdadeira poesia visual, com sequências tocantes por sua profundidade. Em consonância com o estilo que o próprio Edgar Franco chamou de poético-filosófico, há uma série de questões que permeiam a história: desde a questão de matar animais para comida (o autor é vegetariano) até as religiões.  Mas o principal tema é a comodidade, como as pessoas se conformam com determinadas situações, incapazes de fugir de sua área de conforto.
Ecos humanos é um dos trabalhos mais interessantes que já vi nos últimos tempos em termos de HQB,
A obra pode ser adquirida diretamente com o Ciberpajé através do e-mail ciberpaje@gmail.com ao custo de 30 reais mais as despesas postais.

1 comentário:

Edgar Franco disse...

Gratidão pela resenha!