Mas essa transformação se dá de forma cíclica e é o que a figura mostra. Ela é formada por duas partes, uma preta e outra branca. São os pares opostos, o yin e o yang: o masculino e feminino, o feio e o belo, o bom e mal. Normalmente, quando interpretamos o mundo, usamos os pares contrários: fulano é belo, fulano é feio, fulano é vitorioso, beltrano é um derrotado. Mas a figura nos mostra que devemos transcender essa visão limitada.
As formas preta e branca formam uma espécie de onda, como se fosse a água se movimentando. Isso simboliza a eterna mudança, base de toda a criação. Os pares opostos não estão estaques, mas em movimento. Uma mulher que hoje é bela amanhã pode se tornar feia. O que hoje é bem, pode ser o mal. O que hoje é prazer pode se tornar dor. A vitória pode se transformar em derrota.
O tei-gi nos ensina que no auge da parte branca, temos um pequeno círculo preto, demonstrando que o máximo de um estágio é o começo do estágio seguinte. O auge do sucesso marca o início da decadência. O auge da derrota pode ser o início da vitória. Exemplo: no início da década de 1940, quando invadiram a Rússia, os nazistas viviam seu maior momento e parecia que eles eram invencíveis. Mas foi justamente nesse período que os rumos da guerra começaram a virar em favor dos aliados.
Dessa forma, os pares opostos não são absolutos: o belo traz em si também o feio. O feio traz em si o belo. A imagem permite ver os pares opostos em uma perspectiva global e é o que faz o taoista, indo além deles. Assim, para o taoista, vitória e derrota são apenas dois lados da mesma moeda e não se deve apegar a nenhum deles, pois seria estar parado em um mundo de eterno movimento.
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