O ano é 1992. A exploração espacial por
empresas é uma realidade. E telepatas são usados para espionagem industrial. Para
combatê-los, surgem empresas de segurança, com pessoas capazes de rastrear e anular
seus poderes. Uma delas é comandada por Glen Rucinter e pela esposa, mantida em
estado de semi-vida e com a qual o marido mantém contato de tempos em tempos
através de uma tecnologia revolucionária.
Joe Chip é o funcionário responsável por testar
campos psíquicos e é através dele que acompanhamos a trama.
A história de fato inicia quando a equipe da
Rucinter é chamada para combater psis em uma empresa na Lua. Lá eles são vítimas
de um atentado de uma empresa rival e o dono morre. Quando voltam para a terra,
fenômenos estranhos começam a ocorrer. Entre eles, o tempo, que começa a
retroceder, com objetos involuindo para suas formas mais antigas. Ao mesmo
tempo, mensagens estranhas, que parecem ter sido escritas por Rucinter, começam
a aparecer em locais tão estranhos quanto espelhos do banheiro e multas de trânsito.
A solução para tudo isso parece ser Ubik. Mas o que é Ubik?
O livro é uma miscelânea de temas caros a
Philip K. Dick, em especial a questão da realidade. “O que é o real?”, é a
pergunta que permeia a maioria de seus livros e é a base de Ubik. Além disso, há
diversos outros aspectos que remetem diretamente às questões pessoais do
escritor, como o contato com o mortos e a reencarnação (Philip algumas experiências
místicas que o influenciaram para o resto da vida). É curioso como ele consegue
transformar, por exemplo, o contato com espíritos, em ficção-científica, ao
criar o conceito de meia-vida.
Há também uma ponta de ironia sobre o mundo em
que vivemos, como as aberturas de capítulo, escritas como se fossem anúncios de
Ubik, um produto que serve para praticamente tudo e é relativamente seguro, se
usado de acordo com as especificações. Ou as dificuldades do protagonista com a
porta de seu apartamento, que só abre mediante pagamento de moedas – moedas que
o pratagonista nunca tem.
Ubik é um livro labiríntico, em que, quando
parecemos estar saindo, na verdade, estamos nos aprofundando mais no intricado
jogo criado pelo autor – em especial no final.
É um livro curto, de 238 páginas, de leitura
fluída, mas, ao mesmo tempo profunda, que deixa várias questões no ar.
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