sexta-feira, agosto 23, 2019

Supermoça, de Peter David e Gary Frank




Em 1996 a DC Comics resolveu lançar uma nova revista da Supermoça sob a batuta de Peter David (roteiro) e Gary Frank (desenhos). Frank já despontava como um desenhista de talento e David, embora nunca tenha sido um roteirista genial, sempre foi um artesão talentoso, alguém que conseguia fazer manter um título em um nível alto de qualidade.
No Brasil parte dessas histórias foram publicadas na revista Superboy, da editora Abril.
A comparação com as demais histórias do mix mostra o quanto esse trabalho estava acima da média na época. As HQs da Supergirl são muito superiores, por exemplo, às do próprio Superboy.  
Um problema: nesse período todas as editoras precisavam ter diversos crossovereres (inclusive alguns que envolviam apenas determinado núcleo de heróis) e as revista eram sempre conectadas. Dessa forma, para o leitor de hoje, ou mesmo o leitor da época que não acompanhava tudo da DC, muita coisa parece não fazer sentido. Mesmo assim, Peter David consegue estruturar uma saga coerente, com início, meio e fim.
Na história, a Supermoça vai salvar uma moça vítima de um sacrifício em um ritual demoníaco e seu corpo se funde com o dela. A história começa com a personagem sem se lembrar de nada do que aconteceu e flash backs aleatórios vão mostrando um pouco do passado das duas.
Ao mesmo tempo, a supermoça se vê vivendo a vida de Linda e seus dramas.  Enquanto isso, uma seita parece estar tramando algo que envolve as personagens.  
Um dos melhores capítulos é quando a mãe de Linda (a garota com a qual a Supergirl se fundiu) convida para um encontro às escuras exatamente o líder da seita demoníaca. Um simples jantar, mas repleto de suspense e frases com dupla interpetação.
Se o roteiro de Peter David estava acima da média da revista, o desenho de Gary Frank estava ano luz do restante. Em uma época de desenhos exagerados, ele conseguia ser anatômico e ao mesmo tempo expressivo. E conseguia caracterizar perfeitamente tanto a Supergirl quanto Linda - não só na cor do cabelo, mas também no físico e na expressão corporal. Além disso, ele se saía bem tanto em monumentais cenas de ação quanto em momentos íntimos, como uma discussão na mesa de jantar.
Infelizmente, a revista do superboy acabou no número 28 e foi publicado apenas o primeiro arco da personagem.

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