A Corte chilena confisca US$ 5 milhões de clã Pinochet ao reconhecer que vinham de cofres públicos, sepultando a fama de honesto do general
Ariel Palacios
Quando, em dezembro de 2006, o ex-ditador e general Augusto José Ramón Pinochet Ugarte “estava ficando com cheiro de gladíolos” — expressão popular chilena para indicar que a morte é iminente —, a imagem pública do autocrata que havia comandado o país com mão de ferro entre 1973 e 1990 era basicamente a de um sanguinário general que havia violado direitos humanos a granel — fato criticado por uns, aplaudido por outros. Mas, na mesma época de seu falecimento, seu curriculum vitae teve um update com a inclusão de uma série de dados que comprovavam que Pinochet também havia sido protagonista de uma miríade de casos de corrupção, pondo a pique o mito de “homem sóbrio e honesto”.
Um de seus vários affaires foi o Caso Riggs, denominação da descoberta de 125 contas bancárias que o ex-ditador tinha aberto com diversos passaportes com sua foto e impressão digital — embora com nomes falsos — no Riggs Bank dos Estados Unidos. Há poucos dias, após longos anos de investigações e idas de vindas nos tribunais, a Corte Suprema de Justiça determinou que o ex-ditador “subtraiu dos fundos públicos”, para “aumentar de forma ilegítima o patrimônio”. A Corte revogou o parecer do juiz Manuel Valderrama, que indicara que a obrigação penal havia sido extinta com a morte do acusado. Segundo o Supremo, o clã Pinochet terá de devolver ao Fisco o dinheiro roubado pelo ex-ditador. Dessa forma, a Corte ordenou o confisco de contas bancárias e imóveis pelo valor de US$ 5,1 milhões. Leia mais
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